O deputado Orlando Silva (PC do B-SP), ponta de lança da articulação do Planalto contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT), reconheceu a derrota do governo às 20h15 deste domingo (17), quando o placar do plenário da Câmara contabilizava 210 a 59 votos pelo andamento do processo.
Segundo Silva, o Planalto foi vítima do “efeito manada”, quando parlamentares votam seguindo a maioria, e de traições por parte de deputados do PP, PR e PMDB, que haviam feito acordo com o governo.
“A essa altura da votação, nossa projeção indica que a oposição vencerá. Foi efeito manada, além de partidos que nos traíram. Foi uma derrota dupla”, afirmou o deputado do PC do B.
Ele afirmou ainda que agora confia no Senado para “reverter o resultado”, já que a Casa será responsável por julgar o mérito do impeachment de Dilma.
“Confio que o diálogo feito no Senado pode reverter esse resultado. Os senadores terão responsabilidade. Vai julgar o mérito, juridicamente”, concluiu.
Calculadora
Quando os votos a favor do impeachment já somavam mais de 180 e os deputados do estado de São Paulo falavam seus votos, o clima entre os deputados governistas era de apreensão. Silvio Costa (PTdoB-PE) fazia e refazia as contas dos votos contra o afastamento na calculadora do celular.
“Eu só boto 12 em São Paulo, tive a informação que vai sair 14”, disse Costa à reportagem, tentando mostrar otimismo. Foram 13 favoráveis a Dilma no fim no estado.
“Tamo ganhando p*, segura a onda aí”, afirmou antes Costa a um deputado. “Tem gente me procurando, que não é o seu caso, querendo me trair”, disse a outro.
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), que momentos antes disse que não falaria com a reportagem antes do resultado, afirmou após conversar com Costa: “até agora a gente ganha, pelo que está aí”.
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