A comissão de sindicância criada para investigar as alterações feitas - de dentro do Palácio do Planalto - em perfis de jornalistas e políticos na Wikipédia identificou o autor das modificações. Segundo nota divulgada pela Casa Civil nesta quinta (11), foi o servidor Luiz Alberto Marques Vieira Filho.

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Segundo a nota, o servidor assumiu a autoria das alterações na enciclopédia virtual, cujos textos podem ser editados de forma anônima.

Vieira Filho ocupa um cargo efetivo da carreira de finanças e controle e, na época, exercia o cargo de assessor na Secretaria de Relações Institucionais.

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Atualmente, ele ocupa a função de chefe da Assessoria Parlamentar do Ministério do Planejamento, do qual ele já pediu desligamento. Ele modificou os artigos sobre os jornalistas Míriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg.

O servidor responderá agora a um processo administrativo disciplinar (PAD), que tem prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 para ser concluído. O processo pode levar à sua demissão do serviço público.

Entenda o caso

A comissão de investigação foi criada por ordem da presidente Dilma Rousseff. As mudanças nos textos dos jornalistas ocorreram em maio de 2013 com o objetivo de criticá-los. Alterações em páginas de políticos também foram feitas no período.

O IP foi usado para associar Míriam Leitão ao banqueiro Daniel Dantas, afirmando que a colunista teria feito "a mais corajosa e apaixonada defesa" dele, e para desqualificar suas análises econômicas.

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Já em relação a Carlos Alberto Sardenberg, a rede do governo incluiu comentários para atacar o jornalista pelo fato de ele ser irmão do diretor da Febraban (Federação Brasileira dos Brancos), Rubens Sardenberg. "A relação familiar denota um conflito de interesse em sua posição como colunista econômico", escreveram.

No final de julho, a Folha de S.Paulo revelou que esse mesmo endereço de IP foi usado para incluir elogios na página sobre o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo paulista. A página do vice-presidente, Michel Temer (PMDB), também foi alterada, com a retirada de informações.

Em resposta à época, a Presidência disse não ser possível identificar o autor, uma vez que o IP identificado trata-se de um servidor proxy, ou seja, que atende a vários computadores ao mesmo tempo.