A ordem da presidente Dilma Rousseff para que fossem suspensas as nomeações para o segundo escalão até fevereiro - uma forma de evitar novas brigas entre o PT e o PMDB por causa do domínio dos cargos - não virou lei nem dentro do Palácio do Planalto. Todos os dias o Diário Oficial da União (DOU) traz novas nomeações para esses cargos, assinadas por uma única pessoa: o ministro Antonio Palocci, da Casa Civil, que despacha em um gabinete no quarto andar do Palácio. Do dia 5, quando passou a valer a ordem de Dilma Rousseff, até terça-feira, Palocci assinou 208 nomeações e exonerações para cargos do segundo escalão, o que dá uma média de 23 por dia.

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De acordo com levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, boa parte dessas nomeações atende aos ministérios comandados pelo PT, como Comunicações e Saúde, que já foram do PMDB e agora se transformaram no ponto principal da discórdia dos dois partidos que comandam o Poder Executivo. Nesse período, a caneta de Palocci manteve-se ativa. Ele nomeou Swedenberger do Nascimento Barbosa para o cargo de secretário adjunto da Secretaria Geral da Presidência. Berger, como Swedenberger é conhecido, é um antigo militante do PT do Distrito Federal (DF). Também assinou o ato que levou o petista Cleberson Carneiro Zavaski para a Secretaria Executiva do Ministério da Pesca.

Zavaski manteve um blog durante a campanha eleitoral, em que fazia análise sobre o desempenho da candidata Dilma Rousseff. Para a assessoria do ministro Fernando Pimentel (Indústria e Comércio), Palocci nomeou outro petista, Eduardo Lucas Silva Serrano e também para um cargo de assessoria do Ministério das Relações Institucionais, Duncan Frank Semple, outro petista histórico.

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Origem

Foi por causa das nomeações do petista Helvécio Miranda Magalhães Jr. para a Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), do Ministério da Saúde, e de Mário Moysés para a presidência da Embratur que o PMDB ameaçou ir à guerra contra o PT. Para pôr Helvécio Miranda na SAS, o PT desalojou de lá Alberto Beltrame, um protegido do PMDB. Essa secretaria conta com R$ 45 bilhões para gastar este ano, principalmente em repasses para o Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de uma poderosa máquina geradora de votos para o partido que a comanda, pois o SUS está presente em todo o país.

O PMDB acusou Palocci de traição. Henrique Alves bateu boca com o novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Foi quando as relações entre os dois partidos entraram na fase crítica que levou a presidente Dilma a anunciar a suspensão das nomeações - o que acabou ficando só nas intenções. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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