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Fernando Pimentel: ministro da “cota pessoal” de Dilma | Fábio Rodrigues Pozzebom/ ABr
Fernando Pimentel: ministro da “cota pessoal” de Dilma| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ ABr

O Planalto impediu ontem a convocação do ministro do De­­sen­­­volvimento, Indústria e Co­­mércio, Fernando Pimentel (PT), pela Comissão de Fiscalização Fi­­­nanceira e Controle da Câmara dos Deputados. Os governistas venceram a votação por 13 votos a cinco. A estratégia do Palácio do Planalto de privilegiar o petista desagradou parlamentares de outros partidos da base aliada. Desde o escândalo envolvendo o ex-ministro Antonio Palocci, a ordem da presidente Dilma Rousseff era para que os ministros alvo de denúncias fossem ao Congresso se explicar. Desta vez, no entanto, o governo lançou mão de sua ampla maioria para evitar a convocação de Pimentel.

O ministro atuou como consultor, por meio de sua firma P-21, para empresas que depois foram contratadas pela prefeitura de Belo Horizonte, que fora comandada por Pimentel. "Querem discutir a vida pregressa de um ministro que não ocupava cargo público. Isso aqui vai virar o que a gente não quer que vire: vamos fazer pequenas CPIs de questões municipais e estaduais não relacionadas com a União", argumentou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Os ministros virão na hora que a gente quer, do jeito que a gente quer", decretou o peemedebista. "O ministro não está se furtando a dar explicações. Essas explicações estão nos mesmos jornais que trazem denúncias, que são da vida privada do ministro", disse o deputado Odair Cunha (PT-MG).

Insatisfeitos com o tratamento dado a seus ministros, parlamentares do PDT, PCdoB e PP preferiram se ausentar da votação da Comissão de Fiscalização e Con­­trole durante a análise do requerimento do PSDB com o pedido de convocação de Pimentel. Foi essa mesma comissão que aprovou nos últimos meses requerimentos da oposição para que fossem ouvidos ministros envolvidos em escândalo, como Carlos Lupi (PDT) e Orlando Silva (PCdoB). Na semana que vem, o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), vai depor na comissão.

Na avaliação da oposição, a blindagem do ministro está relacionada com o fato de Pimentel ser "da cota pessoal da Dilma". "Eles são amigos de longa data, por isso mesmo não pode pairar sobre ele nenhuma suspensão. Não há como separar sua vida pública da privada. As duas caminham juntas", afirmou o líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP). "Se o Pimentel não vier aqui e não se explicar, a presidente Dilma Rousseff deve se desculpar com o Palocci e o trazer de volta para o governo", continuou.

Os tucanos protocolaram ontem representações na Comissão de Ética Pública da Presidência da República e no Ministério Público Federal do Distrito Federal pedindo investigações sobre negócios de Pimentel. À Comissão de Ética, o PSDB pede abertura de processo administrativo para apurar as denúncias por causa "da possível prática de ato atentatório contra os princípios éticos que norteiam as atividades dos órgãos superiores da Presidência da República e a quebra de decoro". Ao Ministério Público, os tucanos solicitam a abertura de inquérito civil para apurar "suposta prática de improbidade administrativa" e "tráfico de influência".

Investigação

Os contratos firmados pela prefeitura de Belo Horizonte com duas empresas clientes da P-21 Consultoria e Projetos Ltda, comandada por Fernando Pimentel em 2009 e 2010, serão investigados pelo Ministério Público de Minas Gerais. A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público da capital mineira informou que vai apurar os contratos que a construtora Convap e a empresa de informática QA Consulting Ltda, clientes de Pimentel, firmaram com o Executivo municipal.

Interatividade

O ministro Fernando Pimentel será o novo demitido do governo? Por quê?

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