Serviço
O site batizado Participatório Observatório Participativo da Juventude foi criado para receber as demandas dos jovens e oferecer um banco de dados sobre assuntos como mobilidade, educação, sexualidade e saúde.
No rastro das manifestações que tomaram conta do país e escancararam uma insatisfação generalizada contra políticos, o governo federal lançou nesta quarta-feira (17) uma rede social para tentar conquistar os jovens. Entre os 25 diferentes tópicos de discussão na rede social do governo, o último provocava o Congresso. "Depois do não à PEC 37, quais os próximos passos que o povo brasileiro deve sugerir ao Congresso Nacional?`, questionou uma pessoa que se identificou como "Kamenosi". Além de se referir à proposta rejeitada pela Câmara que tirava poderes de investigação do governo, a pergunta motivou um debate com outras 26 respostas.
Temas como reforma política, redução da maioridade penal, royalties e petróleo, "empreiteiras e democracia" também foram abordados. "O governo, quando cria essa ferramenta, é porque tem a convicção que ouvindo a gente erra menos. Temos que ter a coragem do diálogo, de ouvir aquilo que nos agrada e nos desagrada", disse o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência), dizendo que se trata de uma versão experimental que ainda será testada e, posteriormente, lançada pela presidente Dilma Rousseff.
Diante das críticas de que se trata de uma rede "chapa branca", o governo afirma que a moderação será feita somente após a postagem dos comentários. "Como qualquer rede, portal, há moderação, há o cuidado em não se permitir o abuso, as ofensas, mas é absolutamente democrático e livre a participação", garantiu Carvalho.
Batizado de Participatório Observatório Participativo da Juventude, o site foi criado para receber as demandas dos jovens e oferecer um banco de dados sobre assuntos como mobilidade, educação, sexualidade e saúde e permitirá que os usuários criem um perfil para publicar textos e debater com outros visitantes.
O ministro disse que o ex-presidente Lula não gostou do nome "Participatório". "Lula me ligou e perguntou que nome era esse, se era porque eu era da igreja. Falei que ele era velho e que esse é o nome que a meninada usa", disse Gilberto Carvalho, durante o lançamento do site.
Apesar de ter sido anunciado na esteira dos protestos, o projeto estava em gestação desde 2011. "Claro que é oportuno neste momento, mas, de maneira alguma, foi planejado a partir das manifestações. Não teríamos condições de lançar uma ferramenta com a qualidade com que foi desenvolvida em um mês. É um plano antigo que amadureceu e agora pode ir às ruas", explicou.
Plebiscito
Segundo Gilberto Carvalho, o governo federal ainda não desistiu também de ouvir os eleitores sobre a reforma política. "Continuamos apostando com insistência e acreditando que o Congresso poderá sim chamar o plebiscito e termos uma reforma política que atenda aos anseios manifestados fortemente pela sociedade brasileira", disse nesta quarta.