O Palácio do Planalto mobilizou nesta quarta-feira (9) a base aliada do governo federal a buscar votos no PMDB para reverter a destituição do deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ) da liderança do partido na Câmara dos Deputados.
O núcleo duro da presidente Dilma Rousseff entrou em contato com líderes do governo e de partidos governistas para que iniciem ofensiva sobre a bancada peemedebista.
O esforço é convencer para que mudem de opinião deputados federais que assinaram abaixo-assinado, protocolado nesta quarta-feira na secretaria-geral da Câmara dos Deputados, pela retirada de Picciani. Para retornar ao posto, ele precisa da reversão de pelo menos duas assinaturas para que consiga o apoio da maioria da bancada federal, ou seja, 35 de 66. Pelo menos três peemedebistas já foram procurados por parlamentares governistas. A tentativa, no entanto, não teve êxito.
CONTRAOFENSIVA
Em uma contraofensiva, o grupo contrário a Picciani tem entrado em contato com deputados federais licenciados, que exercem cargos de secretários municipais e estaduais, para que reassumam o posto na Casa Legislativa e engrossem o abaixo-assinado.
A tentativa é evitar que eventuais baixas no documento favorável à saída de Picciani possam reverter a destituição do peemedebista.
Em um movimento que teve o respaldo do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Picciani foi retirado do posto nesta quarta-feira.
A ala oposicionista conseguiu reunir a assinatura de mais da metade dos integrantes da bancada, incluindo Cunha, e indicou como novo líder o deputado federal Leonardo Quintão (MG).
A secretaria-geral já realizou a checagem das assinaturas e Quintão já aparece como novo líder do partido.
TENTATIVA
Na tentativa de reverter o episódio, Picciani já começou a recolher assinaturas, incluindo de deputados federais signatários do abaixo-assinado contra ele.
O peemedebista também pediu para que aliados seus, como os secretários Pedro Paulo e Marco Antônio Cabral, se licenciem das pastas que ocupam no Rio de Janeiro e reassumam seus mandatos na Câmara dos Deputados para integrarem a ofensiva.
Na terça-feira (8), os dissidentes peemedebistas se reuniram com o vice-presidente Michel Temer para pedir o seu apoio à destituição de Picciani.
À frente dos rebelados, estava o deputado Lúcio Vieira Lima (BA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, um dos peemedebistas mais próximos a Temer e defensor do impeachment. Com a saída de Picciani, o Palácio do Planalto deve perder o controle sobre a maior bancada da Câmara dos Deputados e, por enquanto, o maior partido aliado do governo federal.
Aliado de Dilma, Picciani se recusou a indicar deputados contrários ao impeachment para a comissão especial que analisará o pedido. Os rebelados do PMDB também procuraram o vice-presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO).
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