O Ministério do Planejamento recomendou um corte de R$ 3 bilhões nos gastos do Executivo em 2011 à relatora do orçamento da União, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT). O valor ficou abaixo do que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, havia informado na semana passada, quando disse que iria encaminhar ao Congresso Nacional uma sugestão de corte de R$ 8 bilhões.
O corte de R$ 3 bilhões servirá, na prática, apenas como um freio aos gastos extras aprovados na Comissão Mista de Orçamento, já que foram aprovadas emendas parlamentares aumentando as dotações originais enviadas pelo governo.
"O ministro mandou o corte de R$ 3 bilhões e a gente aceitou. Não vamos perguntar por que não foi de R$ 8 bilhões. Felizmente não foi tão alto quanto a expectativa criada. E quanto menor, melhor", afirmou Serys.
A intenção é promover cortes de dois tipos: o primeiro será na proposta original do governo e o segundo, nos gastos que seriam feitos com a receita extra de R$ 22,4 bilhões encontrada pelo relator de receitas, Bruno Araujo (PSDB-PE). O pedido é para que Serys não gaste toda a receita extra.
Serys disse que o corte de R$ 500 milhões na Educação já será "contrabalançado" pela aprovação de emendas parlamentares aprovadas em favor do Ministèrio da Educação (MEC), mas claro que isso não quer dizer que o recurso irá para a mesma área cortada. "Existe a contrapartida do parlamento na forma de emendas. Estava fazendo algumas contas e o que o Congresso está oferecendo não vai tornar esse corte tão doloroso."
A senadora disse ainda que o corte no MEC é "muito pequeno" em relação ao tamanho do orçamento da pasta. Dentro do acordo político com o governo para aprovar o orçamento da União de 2011 até o dia 22, a Comissão fará "ajustes" com base nesse indicativo do Planejamento.
Perguntada se o governo não havia tentado "assustar" o Congresso quando disse que mandaria um corte de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões, Serys foi conciliadora: "Não era para fazer fantasma, o governo estava tentando chegar a um corte mínimo que era necessário".
A petista confirmou ainda que, como relatora, destinou mais R$ 1,05 bilhão para a área da Saúde para procedimentos de média e alta complexidade. O Rio de Janeiro conseguiu, dentro desse universo, mais R$ 12,07 milhões. "A planilha de R$ 3 bilhões abrange todos os órgãos, sendo R$ 500 milhões na Educação, mas é um corte de 1% no seu orçamento. E existe, digamos assim, a contrapartida das emendas, que já foram aprovadas para a Educação [e os outros órgãos]."
A relatora acrescentou que reduziu a verba para a Copa do Mundo de 2014 de R$ 900 milhões para R$ 360 milhões.
Em relação ao salário mínimo, foi mantida aumento dos atuais R$ 510 para R$ 540. A previsão do governo para o crescimento da economia ficou em torno de 5,5%, com uma inflação de 4,5%.
STF terá Bolsonaro, bets, redes sociais, Uber e outros temas na pauta em 2025
Estado é incapaz de resolver hiato da infraestrutura no país
Ser “trad” é a nova “trend”? Celebridades ‘conservadoras’ ganham os holofotes
PCC: corrupção policial por organizações mafiosas é a ponta do iceberg de infiltração no Estado
Deixe sua opinião