Brasília - Na tentativa de conter a rebelião dos partidos da base na Câmara, o governo deve autorizar a liberação de emendas do Orçamento de 2009 na próxima semana. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu o assunto durante a semana passada com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e pediu a elaboração de um cronograma para o pagamento de emendas individuais, que somam R$ 6 bilhões.
O governo, no entanto, não deve liberar as chamadas emendas de bancada por causa da queda na arrecadação, que estaria R$ 13 bilhões abaixo do Orçamento.
Articulador político do governo com o Congresso, Múcio afirmou que a liberação das emendas teve um desempenho menor do que em 2008 por causa da crise financeira internacional. O ministro disse que o governo está empenhado em resolver a questão.
"Estive com o presidente hoje e conversamos sobre isso (liberação de emendas). Tenho recebido ligações dos líderes. O desempenho da liberação em comparação ao ano passado é diferente. Não podemos comparar economia de 2008 com a de 2009. Ainda sofremos reflexo da crise. Agora, estamos empenhados para cumprir com o que os deputados têm de direito", disse.
A insatisfação dos governistas principalmente entre parlamentares do PMDB, PR e PP é clara e tem refletido nas votações. Desde que voltou do recesso, os parlamentares votaram uma medida provisória, um projeto de lei, um projeto de resolução e sete acordos internacionais.
Na semana passada, o presidente da Câmara Federal, deputado Michel Temer (PMDB-SP), chegou a reclamar e manifestou sua posição em votar um orçamento impositivo no qual gastos determinados pelo Congresso devem ser respeitados pelo Executivo.
Levantamento feito pelo DEM, no qual apenas 4,4% do total de emendas foram empenhados. "Há um descontentamento grande na base e o centro disso está diretamente ligado a não liberação de emendas", disse Luiz Sérgio (PT-RJ).
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