Na primeira votação do ano de processos contra acusados de envolvimento no mensalão, a Câmara livrou o mandato de dois deputados: um da oposição e outro governista. Primeiro parlamentar a ser julgado nesta quarta-feira, Roberto Brant (PFL-MG) respirou aliviado ao ver que dos 458 deputados em plenário, 283 votaram por sua absolvição, 19 se abstiveram e um votou em branco. Apenas 156 deputados concordaram com a argumentação do relator Nelson Trad (PMDB-MS), que pedia a cassação do pefelista. Mesmo feliz com o desfecho, Brant mantém a disposição de não disputar mais nenhum cargo eletivo.
- Eu sempre imaginei que seria absolvido e a margem foi expressiva, o que demonstra o conceito que a Casa faz a meu respeito. Claro, estou aliviado - disse o deputado, que foi ministro da Previdência no governo FH.
Em uma nova sessão logo em seguida, o plenário da Câmara também absolveu o deputado Professor Luizinho (PT-SP). O relatório de Pedro Canedo (PP-GO) foi rejeitado por 253 parlamentares, enquanto 183 votaram a favor, 10 se abstiveram e um votou em branco. No total, 449 deputados participaram da votação, apenas nove a menos que no julgamento de Brant.
Luizinho é o segundo petista a ser julgado em plenário. O primeiro deles, José Dirceu, foi cassado. Restam ainda quatro deputados do PT sob julgamento: João Magno (MG), já cassado pelo Conselho de Ética; João Paulo Cunha (SP), que terá seu parecer pela cassação votado na semana que vem; José Mentor (SP); e Josias Gomes (BA). Luizinho deixou a Câmara antes mesmo do início da contagem dos votos.
Após as duas votações no plenário, Brant e professor Luizinho, acompanhados de amigos, companheiros de partidos e familiares, saíram para comemorar a absolvição dupla. Brant escolheu um restaurante de Brasília, enquanto Luizinho foi para uma comemoração na casa do deputado Devanir Ribeiro (PT-SP).
Perto do final da apuração dos votos, Aldo comentou as duas votações:
- Minha função é presidir com rigor, justiça e amplo direito de defesa aos representados - disse, evitando entrar no mérito da suspeita de que houve acordo entre PT e PFL para salvar seus deputados:
- As críticas existem para compor a democracia. Eu, como democrata, respeito as críticas.
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