A reviravolta na análise do recurso do deputado José Dirceu (PT-SP) no Supremo Tribunal Federal (STF) provocou muita confusão esta quarta-feira no plenário da Câmara. O presidente Aldo Rebelo disse que vai esperar a decisão do Supremo para levar o julgamento de Dirceu ao plenário, o que provocaria novo atraso, mas sofre pressão dos parlamentares para que matenha o julgamento para quarta-feira, dia 30. O deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), primeiro vice-presidente da Câmara, fez um discurso duríssimo no plenário pedindo que Aldo defenda a Câmara e faça valer o mandato dos parlamentares.
- Do contrário, é melhor fechar a Casa, juntar todos os processos e mandar para o ministro Nelson Jobim (presidente do STF). Isso é uma vergonha! Um abastardamento, um ato de servilismo que essa Casa não pode aceitar - protestou o pefelista.
A sugestão de Nonô é que Aldo dê continuidade ao processo, leve a votação ao plenário e espere para ver se o Supremo terá coragem de derrubar uma decisão soberana da Casa.
- Conclamo a Mesa e a todos para se unirem em defesa da independência desse poder, sob pena de acabar essa legislatura como bedel, como quintal, como dependência de empregados do Judiciário.
O pefelista disse ainda que o Supremo está comparando o Conselho de Ética a um Tribunal de Justiça. Nonô lembrou que o Conselho é um orgão auxiliar da Mesa. Aldo tentou esfriar os ânimos pedindo que os deputados continuem discutindo a pauta do dia e que não desviem o debate, mas não adiantou. Ele continua decidido a esperar a decisão do Supremo, lembrando que ela está inconclusa.
- Vamos aguardar a decisão ainda inconclusa do Supremo - disse Aldo.
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