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A Polícia Militar afastou 25 homens dos serviços de rua, entre a semana passada e esta segunda-feira, por suspeita de envolvimento em grupos de extermínio e chacinas. A maior parte dos suspeitos trabalha em Osasco, na Grande São Paulo. Os outros são de Guarulhos e Ribeirão Pires, também na região metropolitana de São Paulo. A Polícia Civil e a Corregedoria da PM ainda apuram o envolvimento de policiais em 9 mortes em Itapevi, e outras 3 em Cotia, mais duas cidades da Grande São Paulo.

De acordo com o presidente do Conselho Ouvidor de Direitos Humanos e Cidadania de Osasco, Luis Carlos dos Santos, a onda de extermínios começou depois da morte de um sargento.

- Depois disso (morte do sargento) começou uma série de execuções. Elas são investigadas pela delegacia local e o pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Em Cotia, três mortes por execução são investigadas. O pai de uma das vítimas garante que o filho foi morto por policiais.

- A polícia invadiu. Os rapazes pediram para não atirar, para que levassem eles presos. Mas o policial disse que não tinha lugar para ele na cadeia e que ele sairia dali morto. Meu filho ainda pediu para não morrer, porque tem um casal de filhos. Ele foi morto com dois tiros na cabeça. Morreu de joelho, com as mãos para cima - diz Josué de Oliveira.

O comandante-geral da Polícia Militar, Rogério Marcos Moura, afirma que todas as denúncias estão sendo apuradas, mas que a participação de policiais em grupos de extermínio é preocupante.

- A Corregedoria e a Polícia Civil têm trabalhado fortemente para que seja apurado e responsabilizado. Temos que trazer provas para o processo - diz o comandante.

Ao todo, segundo a polícia, 121 homens foram expulsos ou demitidos da Polícia Militar neste ano por envolvimento em crimes.

Osasco

O suposto grupo de extermínio formado por policiais militares de Osasco, na Grande São Paulo, que pode ter matado 30 pessoas desde o início do ano. Na última quinta-feira, policiais da Delegacia de Homicídios da cidade e da Corregedoria da Polícia Militar prenderam o soldado Natanael Viana Freitas, reconhecido como autor de um assassinato, ocorrido em julho no Jardim Novo Osasco.O informante da polícia José Edinaldo dos Santos, conhecido como Gago, também teve a prisão temporária decretada. Segundo as investigações, ele seria responsável por apontar aos policiais do suposto esquadrão as potenciais vítimas.

Na maioria dos casos levantados, os mortos tinham antecedentes criminais. A Polícia Civil ouviu depoimento de Santos antes de pedir sua prisão. O informante revelou que, além de Natanael Viana Freitas, pelo menos outros 13 policiais militares formariam o grupo. Em uma das chacinas, o celular de um soldado acabou caindo na cena do crime.

A chegada rápida de viaturas da Polícia Militar logo após os assassinatos, e a ausência de cápsulas de bala na área onde alguns homicídios ocorreram causam estranheza e levantam suspeita de que cenas de crime possam ter sido alteradas para dificultar o esclarecimento das mortes. Há um mês no Jardim Piratininga, quatro jovens foram abordados por supostos policiais sem farda. Segundo investigações, três não tinham antecedentes. Foram dispensados. Um deles tinha passagem por tráfico. Teve de se ajoelhar e foi executado.

A Ouvidoria da Polícia recebeu denúncia de que os assassinatos de Aguinaldo Alves de Oliveira Filho (com 6 tiros) e Ledemar Correia dos Santos (16 tiros), num bar da Avenida Novo Osasco, também teriam sido cometidos pelo grupo de extermínio.

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