A Polícia Militar do Paraná (PM), via assessoria de imprensa, afirmou que os cachorros usados para conter manifestantes no protesto de quarta-feira (29) “só atacaram porque foram ameaçados”. O deputado Rasca Rodrigues (PV) e o cinegrafista da TV Band, Luiz Carlos de Jesus, foram mordidos por cães das raças pit bull e pastor belga que estavam com os policiais.
A intenção da PM era usar os animais para conter manifestantes que porventura invadissem a Assembleia Legislativa durante a votação do projeto de lei que alterou a previdência dos servidores. Os cães seriam o “último recurso” da estratégia policial contra os manifestantes, depois do uso de balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo de efeito moral.
“Tudo que era de recurso mais enfático foi colocado do lado de dentro [da Assembleia]. Mas se ainda assim os manifestassem entrassem, estariam errados porque a Justiça havia proibido a entrada”, disse por telefone a assessoria da corporação.
Ainda segundo a PM, Rasca e Jesus se movimentaram “muito rápido” na rampa de acesso à Assembleia, e no tumulto teriam encostado nos policiais condutores dos dois cachorros. Os animais sentiram que os donos estavam sendo ameaçados e atacaram.
O cinegrafista filmou o momento da mordida e depois foi levado às pressas para um hospital e passa bem. Em entrevistas, ele disse que caso a mordida tivesse sido três centímetros distante do ponto do ferimento, ele poderia ter morrido, já que o cachorro acabaria atingindo a sua artéria femural, causando uma hemorragia instantânea.
Já o deputado Rasca Rodrigues, que votava com a oposição, contra o projeto de reforma da previdência do governo Beto richa (PSDB), voltou para dentro da Assembleia e mostrou o braço ensanguentado para os demais parlamentares como símbolo da truculência da repressão ao protesto.
“A PM lamenta o ocorrido, mas foi um acidente provocado apenas porque as pessoas encostaram nos condutores”, asseverou a assessoria da PM.
Veja todas as notícias sobre a greve dos professores no Paraná
Banido
O uso de cachorros foi banido há anos no controle de multidões em São Paulo, referência para as forças policiais de todo o país. O ex-secretário Nacional de Segurança Pública e coronel da reserva da PM de São Paulo, José Vicente da Silva Filho, afirmou em reportagem publicada pela Gazeta do Povo que o uso de cães não é recomendado porque eles se irritam com facilidade.
STF decide sobre atuação da polícia de São Paulo e interfere na gestão de Tarcísio
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento