O comandante da PM, coronel Ubiratan Ângelo, afirmou na tarde desta sexta-feira que traficantes da Vila Cruzeiro estão atirando na população para colocar a culpa na polícia. Ele acrescentou que, de acordo com o serviço de Inteligência da Polícia Militar, traficantes estariam dando tiros de raspão nos moradores para provocar a comoção da população e dizer que esses moradores foram vítimas de balas perdidas. Na quinta, o comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel Pinheiro Neto, já havia afirmado que os traficantes estariam atirando em moradores para colocar a população contra a polícia.
Mais uma pessoa foi ferida por uma bala perdida nesta sexta. Segundo a polícia, Leonardo de Oliveira Santos, de 23 anos, foi baleado no pé, quando passava próximo à favela. De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, ele foi socorrido no Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Com ele, sobe para 13 o número de pessoas feridas durante os três dias de confronto. Além dos feridos, três pessoas morreram. ( veja fotos da operação). Somente na quinta, cinco feridos foram atendidos no Hospital Getúlio Vargas (HGV). Segundo a Secretaria estadual de Saúde são eles: Roberto Nascimento, de 30 anos, atingido na coxa direita; Alessandro José Glória da Silva, de 20, nas costas; Joaquim Dias Marques, de 68, na perna esquerda; Cláudio Eduardo de Moura, de 42, no tórax; e Eliane Cristina Santos Ribeiro, de 26, por estilhaços na região lombar. A polícia investiga ainda se um homem que deu entrada no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, baleado no peito , na noite de quinta, está envolvido com traficantes do morro.
O grande número de mortos e feridos em operações policiais em favelas tem sido alvo de críticas de especialistas. O governador Sérgio Cabral, no entanto, tem lamentado a existência de vítimas e afirmado que manterá essas ações, assim como o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.
Desde a última quarta-feira, homens do Bope travam uma batalha com traficantes da Vila Cruzeiro, na operação de busca aos assassinos dos dois policiais militares que foram fuzilados, na terça-feira , em Oswaldo Cruz, na Zona Norte, mesmo bairro onde o menino João Hélio foi arrastado até a morte , preso a um cinto de segurança do lado de fora do carro, no início do ano ( fotogaleria do ataque aos PMs ). De acordo com a polícia, todo o complexo ficará ocupado até a prisão dos assassinos. O clima é tenso no local e muitos moradores não puderam sair de casa para trabalhar. O comércio foi aberto, mas as escolas da região permanecem fechadas.
O corpo do soldado do Bope Wilson Sant'Anna Lopes, morto quinta-feira na operação na Vila Cruzeiro, foi enterrado nesta sexta-feira, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste. A morte do policial provocou uma comoção na corporação. Vários comandantes de batalhão e muitos oficiais superiores estiveram presentes no enterro.
O secretário de Segurança disse, após o enterro do soldado, que a dor da polícia pela morte do policial em combate vai se multiplicar em luta. O secretário disse ainda que a pior alternativa para a Secretaria de Segurança e a polícia é a omissão, e que não vai cruzar os braços e não vai permitir que um grupo de traficantes promova a desordem urbana e saia atirando nos policiais e na população.
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