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São Paulo

PM pode ter matado refém por engano

Rendido perto da Avenida Vereador José Diniz, no Campo Belo, empresário foi morto durante tiroteio entre bandidos e policiais

A Polícia Militar de São Paulo pode ter matado por engano o empresário Gérson Mendonça de Freitas Filho, 50 anos, no Campo Belo, zona sul de São Paulo, nesta sexta-feira. Oito PMs cercaram o carro da vítima, que era mantida refém por dois assaltantes. Houve intenso tiroteio e Freitas Filho foi atingido nas costas por um disparo de arma de grosso calibre. Ele morreu antes de chegar ao hospital. Um assaltante levou seis tiros e também morreu. O outro acusado foi preso.

Os assaltantes usavam revólveres de calibre 38 e 32 e estavam na frente do refém. Já os PMs tinham quatro pistolas calibre ponto 40, com maior poder de destruição, e mais cinco revólveres calibre 38. Eles atiraram por trás do carro da vítima. A PM instaurou Inquérito Policial Militar para apurar se o empresário foi morto por um dos oito policiais.

Freitas Filho foi atacado perto de sua casa pelos dois ladrões, que entraram em seu Astra vermelho. Uma testemunha viu a ação e avisou policiais em uma viatura, informando que o Astra havia seguido em direção à Avenida Washington Luís. O carro foi visto pelos policiais na Rua Lacedemonia.

Os PMs pediram reforço e alcançaram os suspeitos na Avenida Jornalista Roberto Marinho, quando o carro teve de parar em um semáforo. Durante a abordagem policial, os criminosos saíram em disparada, fugindo pela contramão da mesma avenida.

- Eu tinha acabado de sair com minha mãe do hospital. Ela estava com câncer e havia passado por uma cirurgia. O Astra bateu contra meu carro e minha mãe precisou voltar para o hospital - narrou uma das vítimas, que preferiu não se identificar. Mais duas viaturas entraram na perseguição aos bandidos.

O Astra, que era dirigido pelo acusado Leonardo Santos Júnior, 25 anos, bateu na lateral do táxi de Ronaldo Silva Rosa, de 59 anos, e também em uma das viaturas.

- Eu não consegui sair. Então começou o tiroteio. Eu me abaixei no carro, entre os bancos, e só saí quando tudo havia já acabado - afirmou Rosa.

Um motoboy quase foi atropelado pelo Astra.

- Vi tudo. Os bandidos estavam nos bancos da frente. A vítima estava atrás. O ladrão do banco do passageiro desceu atirando e foi fuzilado. Caiu na calçada. O senhor que estava atrás abriu a porta, deu dois passos e tombou. Foi baleado fora do carro - disse o motoboy, que não quis se identificar. O PM Zenilton de Souza Pires foi ferido no braço.

O assaltante que morreu era conhecido como Tadeu, segundo o delegado Roberto Calassa, titular do 27º Distrito Policial do Campo Belo. Ele chegou a ser levado para o Hospital São Paulo. Freitas Filho foi conduzido ao Hospital Evaldo Foz, já morto.

- A bala que o atingiu era de grosso calibre e entrou pelas costas - disse o médico Marcelo Padilha Balsimelli.

O delegado Roberto Calassa diz que a perícia técnica é fundamental para descobrir de onde partiu o tiro. Os dois ladrões dispararam oito vezes. Os PMs atiraram pelo menos 23 vezes. O capitão Marcos de Araújo admitiu que os PMs sabiam apenas sobre o roubo, mas não sobre a presença da vítima.

- Há possibilidade de eles terem sido atingidos pela PM. Estamos apurando - disse.

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