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Depois de quase duas horas de impasse, o PMDB declarou, no início desta madrugada, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho vencedor da consulta informal feita aos militantes para indicar o nome da sigla que concorrerá à presidência da República. O atraso na divulgação ocorreu porque o oponente de Garotinho, o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, questionou o critério de proporcionalidade da apuração, que atribui pesos diferentes aos diretórios regionais. Rigotto teve mais votos absolutos - 7.574, contra 4.910 de Garotinho. Porém, os votos do ex-governador representaram 56,62% do total. As prévias não têm valor legal, pois foram suspensas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

As regras haviam sido definidas anteriormente e Rigotto havia acatado o regulamento, mas sua larga vantagem na votação absoluta e o caráter simbólico da consulta estimularam o questionamento. Ele acabou cedendo aos apelos do presidente nacional da sigla, deputado Michel Temer (SP) e do próprio Garotinho, que argumentaram que em um momento de divisão no partido (a ala governista entrou na Justiça contra as prévias) um novo racha prejudicaria a tese da candidatura própria:

- Demoramos para fazer o comunicado porque o governador Rigotto, que teve maior número de votos, tinha uma interpretação diferente para a apuração do vencedor. Mas acordamos que ao longo deste período (até a convenção nacional do PMDB) eles continuarão trabalhando pela candidatura própria - anunciou Temer.

Rigotto e Garotinho não quiseram dar declarações, apenas posaram para fotos.

Na tarde de domingo, o presidente do STJ, Edson Vidigal, negou novo recurso da ala oposicionista do partido, para tentar validar as prévias. Os advogados do PMDB ainda devem entrar com um pedido de reconsideração junto ao ministro Eros Graus, do Supremo Tribunal Federal (STF). No sábado, o ministro negou o primeiro recurso apresentado ao STF.

Dos 27 estados, a consulta não foi realizada em cinco, todos ligados à ala governista do PMDB. Foram eles Alagoas, estado do senador Renan Calheiros; Amapá e Maranhão, que são ligados ao senador José Sarney; Bahia, do deputado Geddel Vieira Lima; e Pará, do deputado Jáder Barbalho. Houve pedido de impugnação da consulta feita na Paraíba, e as de Distrito Federal e Ceará foram desconsideradas.

O ex-governador e pré-candidato do PMDB à Presidência da República Anthony Garotinho votou no Rio de Janeiro, depois das 17h, horário estabelecido para o encerramento da eleição. E afirmou que continua na luta para ser o candidato peemedebista à Presidência, independentemente da liminar do STJ contra a realização do evento.

- Com prévia ou sem prévia eu irei à convenção do partido, eles vão ter que me aturar - disse Garotinho.

Depois em comício na Cinelândia, Garotinho, atacou o ex-presidente José Sarney, um dos articuladores da suspensão das prévias, a quem chamou de "traidor do partido". Ele aproveitou episódio ocorrido em Minas Gerais, onde alguns manifestantes fizeram um boneco de Judas com o rosto de José Sarney e, do alto do palanque, disse que comparar Sarney a Judas é uma ofensa ao Judas.

O governador licenciado do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, abriu a votação em Porto Alegre, por volta das 9 horas da manhã e disse que derrubar a liminar é questão de Justiça.

- O maior desafio é nós termos a cassação da liminar. É questão de Justiça - avaliou o governador gaúcho licenciado.

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