O fim da regra da verticalização, que obrigava os partidos a reproduzir o modelo da aliança nacional em todo o país, minou a força das direções partidárias, que não conseguem impor a fidelidade aos estados. Diante das dificuldades para fechar o apoio dos diretórios estaduais à chapa presidencial, os partidos tentam driblar a falta de comando criando um regulamento para as traições.
Que o diga o PMDB do deputado Michel Temer (SP). O partido não é o único que amarga rebeliões em regionais que disputam o poder local com o PT da presidenciável Dilma Rousseff. Também há problemas no PDT, PP e PTB. Mas, na condição de maior partido da base governista com estrutura em todo o Brasil, o PMDB saiu na frente. É o primeiro a deflagrar uma operação política para conter dissidentes que recusam apoio à chapa presidencial encabeçada pela petista, mesmo com Temer no posto de vice.
"Iniciei um trabalho de consulta aos diretórios estaduais para saber da possibilidade de promovermos uma convenção nacional, no dia 12, em que todos compareçam", diz o deputado Eliseu Padilha, representante de uma regional problema: o PMDB do Rio Grande do Sul, que vive às turras com o PT e não quer ouvir falar da candidatura Dilma.
Ao final do levantamento, ele levará a Temer as alternativas sugeridas por cada estado para contornar o problema. Nas conversas preliminares, o presidente do PMDB já avisou aos líderes regionais que respeitará todas as decisões estaduais. Fez apenas um apelo: que não façam propaganda nos espaços institucionais do partido contra Dilma e o vice que preside o partido.
Como o objetivo maior é reduzir o impacto das traições, o alvo da operação é o palanque eletrônico. Em resumo, trair nos comícios, pode; no programa eleitoral no rádio e na TV, não pode. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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