O PMDB informou que aguardará um posicionamento do PT favorável ao ajuste fiscal até o início da sessão em que será votada a MP 665, marcada para o meio-dia desta quarta-feira, 6. A votação deveria ter ocorrido na noite de terça-feira, 5, mas foi adiada. Caso o PT não se manifeste, o partido do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), votará pela retirada de pauta da medida que restringe o acesso ao seguro-desemprego.
Apesar de afirmar que a medida provisória é prejudicial ao trabalhador, o PMDB havia aceitado votar favoravelmente, pois o governo diz que a alteração nas regras do seguro-desemprego são fundamentais para a economia brasileira. O partido, no entanto, não quer protagonizar a aprovação da medida impopular e espera uma manifestação favorável do PT, que mudou de discurso no programa de TV levado ao ar na noite de terça-feira.
“Achamos o ajuste restritivo de direitos, portanto não é agradável”, afirmou o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ),que desde ontem cobra um posicionamento claro do PT sobre o assunto. “Se não há convencimento (no PT) de que ele (o ajuste) é necessário, nos desobrigamos a apoiá-lo”, afirmou Picciani. “Não votaremos até que o PT nos diga o que quer”.
O assunto foi tema de uma reunião de líderes da base com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), responsável pela articulação política do governo. Segundo participantes do encontro, o Planalto sinalizou que o presidente do PT, Rui Falcão, daria a sinalização que o PMDB cobra. A bancada do PT na Câmara se reúne no início desta tarde. A MP 665 tem que tramitar tanto na Câmara quanto no Senado até o dia 1º de junho, sob o risco de caducar.