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Temer e Dilma: forma de ele seguir na vice é a presidente se reeleger. Mas popularidade dela em queda ameaça a aliança | Ueslei Marcelino/Reuters
Temer e Dilma: forma de ele seguir na vice é a presidente se reeleger. Mas popularidade dela em queda ameaça a aliança| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

3 meses é o tempo que o PMDB vai esperar para ver como estarão as intenções de voto em Dilma para decidir se a parceria se manterá em 2014.

Desnorteado diante da queda na popularidade presidencial e da dificuldade de diálogo com a presidente Dilma Rousseff, o PMDB estabeleceu internamente um "prazo" e uma meta para manter viva a aliança com a petista. Ela terá três meses para alcançar – e manter – ao menos 33% das intenções de voto nas pesquisas para a eleição de 2014.

Membros do alto escalão do partido aliado avaliam que esse seria um patamar razoável para que Dilma se mostre suficientemente competitiva, com chances reais de vencer a disputa de 2014 e, assim, dividir novamente o poder com o PMDB. Os pemedebistas avaliam que Dilma está "sangrando", mas não está "morta". Para eles, a conjuntura atual ainda está "contaminada" pelas manifestações populares que tomaram conta do país no último mês.

Caneta

Já é consenso na cúpula peemedebista que o governo, com a caneta na mão, tem instrumentos para conseguir reverter o quadro decadente. Porém, consideram impossível Dilma recompor a imagem de "gerentona eficiente" perante os eleitores. Para isso precisará de um novo mote para refazer sua imagem. Interlocutores da presidente discordam dessa avaliação de dirigentes do PMDB. "Quando a economia melhorar, ela vai recuperar a fama de boa gestora", afirmou um dos braços direitos da presidente.

O fato é que, por pior que esteja o contexto, o PMDB ainda não identificou nenhum outro candidato com chances possíveis de ocupar a Presidência. E o PT ainda continua sendo a melhor opção para que o PMDB continue a ter poder da administração do país. Por isso, o partido chegou à decisão de estabelecer um prazo para que a presidente dê a volta por cima ou, ao menos, não piore seus índices de avaliação.

Dissidência

O Palácio do Planalto já foi informado de que existe uma ala dentro do PMDB, liderada pelo deputado federal Eduardo Cunha (RJ), que trabalha para o esgarçamento irreversível da aliança com o Partido dos Trabalhadores para as próximas eleições. A intenção de chegar ao rompimento é dar independência a candidatos a governador para formarem alianças estaduais com o partido que bem entenderem – inclusive com adversários do governo federal.

A presidente está sabendo da ameaça. E admite que a possibilidade de perder palanques peemedebistas nos estados é real. Mas, para ajudá-la a acalmar o grupo dissidente, Dilma conta com o apoio incondicional de seu vice-presidente, Michel Temer, que é presidente nacional licenciado do PMDB. Além de cumprir seu papel de aliado fiel, Temer sabe que só continuará no poder se o PT lançar Dilma à reeleição, numa chapa em que repetiria a dobradinha com o peemedebista. Se a crise sair do controle e a ala petista que luta pelo movimento "Volta, Lula" emplacar, o nome escolhido pelos petistas para vice certamente será outro. E Temer estará fora do jogo eleitoral.

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