O PMDB de Curitiba está procurando um nome para substituir o atual presidente municipal, Doático Santos, na convenção marcada para o dia 27 deste mês. A direção do partido tenta encontrar uma liderança de consenso para comandar a legenda e o processo eleitoral de 2006. Além da capital, outros 200 municípios do Paraná vão eleger os novos diretórios.
O presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, disse que vai se reunir hoje com o presidente do conselho municipal do partido, deputado estadual Alexandre Curi, para tratar da eleição. Ambos defendem que o futuro presidente não tenha mandato e que não seja candidato nas eleições do próximo ano. "Vamos discutir um nome que venha somar e fazer o partido andar", afirmou Dobrandino.
A direção considera urgente a renovação do comando de todos os diretórios para estimular o crescimento do partido. "Em Curitiba tem muita gente boa que tem condições de tocar e o Doático estará junto ajudando, mesmo não estando na presidência", garantiu o deputado.
O presidente do partido no Paraná não quis antecipar nenhum nome que poderia ocupar o cargo, mas alguns candidatos já estão sendo lançados. Alexandre Curi sugere o presidente da Celepar, Nizan Pereira. O vereador de Curitiba Stephanes Júnior defende alguém com mandato e apóia a indicação do deputado estadual Rafael Greca.
Para Alexandre Curi, o ideal é formar uma chapa com todos os membros e definir um nome de consenso para a presidência. "Já conversamos com o Doático e ele não coloca nenhuma imposição em permanecer como presidente e quer participar do diálogo", disse.
Os integrantes da atual direção do partido em Curitiba defendem a recondução do atual presidente, independentemente de consultá-lo. "O Doático trabalha com as bases e o PMDB é um partido que historicamente tomou decisões junto com as bases", argumenta o secretário municipal da legenda, Altino Loureiro.
O presidente da 10.ª Zonal, João Pedro Di Lucca, que também trabalha pela recondução de Doático, se diz indignado com o fato de os deputados estarem articulando a nova direção. "As decisões de gabinete não podem se sobrepor à militância do partido", afirma.
Sobre o resultado das eleições municipais de 2004, os atuais dirigentes não consideram negativos para o PMDB. "Perdemos a eleição para prefeito por apenas 4% e conseguimos eleger quatro vereadores. Em um universo de 1 milhão e 200 mil votos, é um resultado significativo", argumenta Di Lucca.
A preocupação do grupo não faz sentido na avaliação de Alexandre Curi. Segundo o deputado, a direção estadual está conversando diariamente com Doático Santos e dando liberdade para que o processo seja discutido em conjunto. As bases, assegura, também serão consultadas.
A eleição dos novos presidentes municipais será realizada no dia 27 em 200 cidades onde existem diretórios formados. Nos demais municípios, onde o PMDB está representado através de comissões provisórias, a convenção está marcada para 26 de março de 2006.
Quem é
Doático Santos comanda há três anos o partido em Curitiba e é ligado ao governador Roberto Requião. Na última eleição, foi o principal incentivador da aliança com o PT e da escolha do deputado estadual Ângelo Vanhoni (PT) para ser o candidato do grupo à prefeitura de Curitiba. Na época, uma ala do PMDB que defendia candidatura própria se rebelou contra o presidente e tentou, sem sucesso, substituí-lo. Doático disputou a eleição para vereador, mas não conseguiu se eleger.
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