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A rebelião na base aliada do governo federal já começa a irradiar-se para os Estados. Um deles é Minas Gerais, onde o PMDB ameaça abandonar o bloco Minas Sem Censura, que inclui PT e PCdoB e faz oposição ao governador Antonio Anastasia (PSDB) na Assembleia Legislativa. Caso a debandada seja confirmada, o bloco será extinto, pois não terá o mínimo de 16 parlamentares exigido pelo regimento interno da Casa. O PRB já havia deixado o bloco na semana passada.

Na noite da última segunda-feira, os oito deputados que integram a bancada do PMDB se reuniram para discutir a questão, mas o encontro terminou sem uma decisão. Oficialmente, a proposta é de que os peemedebistas fiquem "independentes", com a justificativa de insatisfação com a "dificuldade de convívio com o PT na base do governo federal", além da "distância" que o diretório petista em Minas mantém em relação aos parceiros, "particularmente no que diz respeito a Belo Horizonte, onde o PMDB não foi sequer citado entre as alianças prioritárias do PT" para as eleições de 2012.

Na prática, o jogo do toma-lá-dá-cá também pesa, já que o bloco vem fazendo uma série de denúncias e representações junto ao Ministério Público Estadual (MPE) contra a gestão tucana no Estado. "Há uma pressão grande do governo para tirar o PMDB da oposição", afirmou ontem o líder da minoria na Assembleia, deputado estadual Antônio Júlio, único dos peemedebistas que quer permanecer no bloco. "Estou conversando para mostrar a importância de ficarmos na oposição. O partido já tem fama de ser pragmático demais. Não podemos ficar em cima do muro", acrescentou.

Assim como o Planalto, o governo mineiro também não liberou nenhuma emenda dos parlamentares este ano e Antonio Júlio afirma que, apesar de o parlamento não poder se transformar em espaço para "negócios", a chave dos cofres públicos pode pesar na decisão. "Se não liberar (emendas), a gente já sabia desse risco. Só que o governo está tentando cooptar (os peemedebistas) com promessas. Não acredito que serão cumpridas, mas é meu discurso. E é difícil manter discurso contra recurso", ironiza, referindo-se às verbas das emendas.

Já um dos parlamentares que defendem a dissidência e pediu para não ser identificado ataca diretamente o PT, que, segundo ele, está usando o bloco de oposição para dar visibilidade a integrantes do partido em detrimento "dos parceiros e dos projetos". "O Rogério Correia está usando o bloco para se promover", disparou, referindo-se ao parlamentar petista que lidera o Minas Sem Censura. Nesta terça-feira (16),os peemedebistas voltaram a se reunir. Um integrante do partido disse que a saída do bloco é "praticamente" certa e deve ser anunciada oficialmente na próxima segunda-feira.

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