Reunião da executiva nacional do PMDB: por ora, sem novas filiações.| Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

A ampla maioria da executiva nacional do PMDB decidiu, nesta quarta-feira (16), barrar filiações à sigla consideradas “oportunistas” e, com isso, frear articulação apoiada pelo Palácio do Planalto para reconduzir Leonardo Picciani (PMDB-RJ) à liderança da legenda na Câmara.

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A discussão sobre as filiações foi a única pauta do encontro. Segundo peemedebistas, uma possível antecipação da convenção nacional para tratar do fim da aliança com Dilma Rousseff não foi alvo do debate. Esse foi um compromisso assumido por Temer junto a líderes da sigla que são contrários ao rompimento para pautar a reunião desta quarta. A convenção nacional do PMDB está prevista para março.

Por fim, 15 titulares da executiva foram favoráveis ao filtro nas filiações. Só dois, Picciani incluído, foram contra. Houve uma abstenção.

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A operação para barrar a filiação de deputados alinhados a Picciani no PMDB contou com o aval do vice-presidente Michel Temer. Aliados dele trataram a decisão como uma forma de “impedir uma intervenção do governo Dilma no PMDB”.

Picciani, que se alinhou ao Planalto e se tornou um ponto de suporte à petista no Parlamento, foi destituído da liderança no início deste mês depois que a ala pró-impeachment do PMDB produziu um abaixo-assinado em que mais da metade da bancada reivindicava sua queda.

Ele, então, com o apoio do governo Dilma, acionou aliados em outros partidos que migrariam para o PMDB para apóia-lo e reverter a maioria conquistada pela ala pró-impeachment. “Queriam fazer o PMDB de motel. Entra no partido, assina a lista rapidinho e depois sai”, afirmou o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), um dos líderes do movimento que prega o afastamento de Dilma.

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Picciani protestou. Ele disse que o partido vem abandonando seu histórico democrático e atribuiu a derrota na executiva à influência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seu desafeto pessoal. “É lamentável que o PMDB, que sempre teve a marca da democracia, tenha permitido que a truculência e os desmandos que hoje marcam o comando da Câmara, tenham vindo para dentro do partido”, disse.

Ele disse ainda que pode recorrer à Justiça contra a decisão da executiva.