A bancada do PMDB decidiu nesta quarta-feira (3), por unanimidade, ter candidatura própria para a presidência do Senado. O partido, no entanto, não tem ainda o nome deste candidato. Com o anúncio, o PMDB pode atrapalhar os planos de Tião Viana (PT-AC), que já foi lançado na disputa pelo PT.

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O principal argumento dos peemedebistas para a decisão é o tamanho da bancada. Com 20 senadores, o PMDB é o partido com mais representantes no Senado e, pela tradição, teria o direito a comandar a Casa. "Não podemos abrir mão da candidatura", disse o líder da bancada no Senado, Valdir Raupp (RO), ao fazer o anúncio.

O senador Almeida Lima (PMDB-SE) explica assim porque o PMDB decidiu enfrentar Tião e o PT: "O PMDB tem a maior bancada e o partido de Tião é só a quarta maior (com 13 senadores). Mesmo se o PMDB estivesse dividido já seria maior que a bancada do PT".

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Para Pedro Simon (PMDB-RS), a candidatura do partido é natural. "É importante esta decisão de não abrir mão da candidatura porque este é um direito natural".

Um dos pilares da candidatura de Tião é a possibilidade de o PMDB comandar as duas Casas. Na Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) é candidato e favorito. Em 2007, petistas e peemedebistas fizeram um acordo na Câmara em que Arlindo Chinaglia (PT-SP) ocuparia a presidência por dois anos e em 2009 a cadeira seria do PMDB. A bancada do PT no Senado cobrava a reciprocidade do apoio dado na Câmara para fazer Tião presidente.

Apesar de "lançar" uma candidatura, o partido não anunciou um nome para levar o projeto adiante. Os peemedebistas pretendem discutir desde já o apoio de outras bancadas, mas não querem fixar prazo para a definição do candidato. "Tenho 30 anos aqui no Senado e já teve caso de decidir o nome três dias antes da eleição enquanto o outro que era candidato o ano inteiro não ganhou", afirmou Simon.

Entre os nomes do PMDB, o mais cotado é o do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), que reluta em aceitar a candidatura. Aparece também o nome de Pedro Simon (PMDB-RS). Outra possibilidade é o retorno de algum dos ministros do governo que são senadores: Hélio Costa (Comunicações) e Edison Lobão (Minas e Energia). A eleição para a presidência do Senado acontece em fevereiro de 2009.