A cúpula do PMDB vai se reunir nesta segunda-feira (16) e avaliar se deve punir o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) pelas declarações que ele deu em entrevista à edição da revista Veja que está nas bancas. Um das estrelas do partido, o também senador Pedro Simon (RS), concorda com tudo o que foi dito por Jarbas, mas faz uma ressalva: "Acontece o mesmo com os outros partidos, PT, PSDB, DEM, PPS e PTB.

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A análise das declarações vai ser feita pelo presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), em reunião com os líderes. A cúpula do Congresso não se manifestou hoje.

Jarbas disse que "boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção", que o partido não passa de uma confederação de líderes regionais e que é uma legenda especializada em "clientelismo" para cobrar comissões. "A maioria (do PMDB) se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral", afirmou o senador pernambucano.

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Sobre José Sarney (PMDB-AP), presidente do Congresso, Vasconcelos disse que "a moralização e a inovação do Senado são incompatíveis com a figura do senador" - Sarney não se manifestou. Ele chamou o Bolsa-Família de "o maior programa oficial de compra de votos do mundo" - nem o Planalto nem o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) responderam.

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) antecipou que defenderá a saída do senador do partido. "Ele generalizou. Ele não deve se sentir confortável em permanecer no PMDB depois das críticas que fez ao partido. Ele deve sair", disse Cunha. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), questionou a presença de Jarbas na sigla, mesmo sem pedir diretamente sua saída. "É uma incoerência. Ele fala tudo isso do partido e fica no partido? Não dá para entender", afirmou Alves.

"A opinião do senador está em desacordo com o que pensam as urnas, a Câmara e o Senado", disse Alves. Ele lembrou que o PMDB elegeu um número grande de prefeitos no pleito do ano passado (1.313 prefeituras) e teve o apoio dos deputados e dos senadores para comandar as duas Casas do Legislativo.