Roberto Requião disputa a presidência e se coloca, novamente, como pré-candidato ao governo; Osmar Serraglio lidera a chapa dos descontentes com o estilo Requião de dirigir a legenda| Foto: Fotos: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo e Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

O PMDB do Paraná decide hoje sua nova direção estadual, em uma votação que também servirá para decidir de que lado estará oficialmente o partido em relação ao governo do estado: oposição ou situação. Disputam a presidência do diretório, de um lado, o deputado federal Osmar Serraglio, que lidera a ala próxima ao governador Beto Richa (PSDB). Do outro, o senador Roberto Requião encabeça o grupo que defende candidatura própria para o Palácio Iguaçu – no caso, a dele próprio. No total, 625 delegados decidirão o futuro peemedebista. Independentemente do resultado, o partido deve seguir rachado, mantendo-se inclusive em parte integrado ao governo.

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O grupo dos deputados estaduais e a ala liderada pelo ex-governador Orlando Pessuti chegaram a um acordo e juntaram esforços com deputados federais, tendo Serraglio como nome de consenso. Os integrantes dessa chapa dizem que o estilo autoritário de Requião e sua suposta ausência do dia a dia da legenda reduzirá o PMDB a coadjuvante em 2014. "Ninguém contesta a liderança do Requião, mas precisamos abrir oportunidades para novas lideranças. Estamos engessados há muito tempo. Basta ver nosso desempenho nas eleições municipais", argumenta Serraglio. "Se mantivermos o caminho atual, o resultado será a distância cada vez maior de conseguirmos o governo do estado". Além disso, o parlamentar nega que sua eventual vitória significará o apoio automático a Richa em 2014. "Estão criticando o fato de o PMDB fazer parte do secretariado, mas o Requião também tinha secretários do PSDB e nem por isso apoiou o Beto em 2010."

O discurso, porém, não convence Requião, que acusa os colegas de venderem o partido e de trabalharem pela candidatura de Richa. Para o deputado federal João Arruda, que é sobrinho do senador, somente Requião tem a liderança necessária para reestruturar o PMDB e fortalecê-lo para 2014. Ele defende que, se a candidatura própria do partido para o governo não começar a ser construída desde já, o resultado será o mesmo insucesso – e falta de união interna – do último pleito. "Eles tentam esconder essa discussão, tentam fragilizá-la para que possam conduzir o apoio ao Beto em 2014." Ele diz que Requião é pré-candidato ao governo.

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A análise de Arruda en­­­­­­contra certo respaldo nos bastidores do PMDB. Informalmente, há parlamentares do partido que reconhecem a tendência de a bancada peemedebista na Assembleia Legislativa levar a legenda a apoiar Richa em 2014. Entretanto, isso dependeria de o governador abrir mais espaço para o PMDB no secretariado e atender com mais empenho os prefeitos da legenda.