O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, está fora de qualquer lista tríplice do PMDB para compor a chapa presidencial com a ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT, Dilma Rousseff. Fechados com o presidente da legenda e da Câmara, Michel Temer (SP), para vice da petista, líderes e dirigentes do partido emitem sinais ao Planalto de que só uma pressão muito forte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode mudar este cenário.

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Seja em conversas informais ou reuniões partidárias, Meirelles não é citado por nenhum peemedebista de expressão nacional como hipótese de vice do partido. Instados a listar as alternativas do PMDB para o posto de vice-presidente, dirigentes do partido só falam em Temer e nos ministros Hélio Costa (Comunicações) e Edison Lobão (Minas e Energia). Os nomes dos senadores Costa (MG) e Lobão (MA) são lembrados sempre depois de Temer, nesta ordem de preferência. "Reeleito presidente, Michel será um candidato completo, representando institucionalmente o partido", afirma o líder peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).

A cúpula do PMDB acredita que Meirelles foi estimulado a se filiar à legenda para ser uma espécie de "José Alencar da Dilma", cumprindo papel semelhante ao do vice de Lula, que deu segurança ao empresariado para optar pelo petista em 2002. Dirigentes peemedebistas advertem que hoje, no entanto, a candidata Dilma precisa tranquilizar o mundo político, e não o empresarial.

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"A presença de Michel é que dará credibilidade política à chapa PT-PMDB", opina o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao advertir que, se o vice não for alguém com vivência de Congresso, a articulação política do futuro governo ficará mais difícil. "Pode ser o Hélio Costa, pode ser o Lobão, mas o vice ideal para a Dilma é o Temer".

O PMDB avalia que a pressão em favor da escolha de Hélio Costa parte diretamente do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. Ele estaria preocupado em "limpar" a área para o PT tirando Costa da corrida pelo governo mineiro, em que o PMDB lidera todas as pesquisas eleitorais. "Temer só não seria candidato em uma revisão estratégica para equilibrar a força política da chapa em Minas Gerais", explica o líder Alves, referindo-se à hipótese de o PSDB escolher o governador mineiro Aécio Neves (PSDB) para vice na chapa tucana do governador de São Paulo, José Serra.