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Apesar da resistência inicial, a presidente Dilma Rousseff passou a analisar a possibilidade de ampliar o espaço do PMDB na reforma ministerial. Em conversa reservada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última quinta-feira (12), foi analisado cenários para a mudança no primeiro escalão, inclusive a pressão do PMDB para ganhar uma pasta de visibilidade nesta reforma. Mesmo assim, interlocutores da presidente Dilma tem dito que ela insiste em fazer uma reforma restrita, apenas com mudanças pontuais.

Segundo relatos, as cobranças do PMDB pela ampliação de espaço no governo Dilma foram reforçadas no fim do ano passado. Em conversa com Dilma, o próprio vice-presidente Michel Temer teria manifestado essa insatisfação da legenda para a presidente. Agora, depois do encontro com Lula, o PMDB aguarda que Temer seja chamado por Dilma para discutir o tema nos próximos dias. O PMDB já sinalizou ao Planalto que precisa de um ministério com estrutura e máquina para "ficar competitivo" nas eleições municipais desse ano.

"O PMDB poderia estar melhor no governo. Todos nós reconhecemos que o partido merecia um espaço maior. Tem uma eleição municipal. E claro que um ministério com capilaridade ajuda. Antes tínhamos ministérios com visibilidade, como Integração Nacional. Mas com as crises nos ministérios, nossos espaços ficaram mais tímidos. Agora esse tema será conduzido por Michel Temer. E a decisão da presidente Dilma será respeitada", ressaltou o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).

Nos bastidores, o PMDB ameaça com uma rebelião por causa da fraca representação no governo Dilma. A constatação entre peemedebistas é de que a legenda teve seu poder esvaziado nesse último ano. Além de ter perdido ministérios importantes como Saúde, Integração Nacional e Comunicações, que eram pastas peemedebistas no governo Lula, o partido avalia que houve uma espécie de intervenção branca da presidente Dilma nas pastas do PMDB.

Um dirigente peemedebista chegou a lembrar na sexta-feira que o Planalto indicou secretários-executivos da confiança de Dilma para controlar todas as principais pastas do partido: Minas e Energia, Agricultura, Previdência e Turismo. Além disso, a Secretaria de Assuntos Estratégicos comandada pelo ministro Moreira Franco está esvaziada e sem instrumentos para fazer políticas públicas.

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