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O PMDB decide neste sábado quem deve comandar o partido nos próximos anos. Duas chapas disputam a legenda: a "Sempre PMDB", liderada pelo senador Roberto Requião e a "PMDB para Todos", encabeçada pelo deputado federal Osmar Serraglio. A votação começou às 9h, na sede estadual do PMDB, em Curitiba. A expectativa é de que o resultado saia por volta das 15h30. São 625 delegados do partido com direito a voto. Requião defende que o partido volte a fazer oposição ao governador Beto Richa (PSDB) e se organize para lançar uma candidatura própria em 2014, e conta com o apoio dos deputados federais João Arruda e Hermes Parcianello, além do atual presidente do partido, o deputado estadual Waldyr Pugliesi. Já Serraglio defende a manutenção do partido na base de apoio ao governador, e está sendo apoiado pela maioria dos deputados estaduais do partido. Apesar de defenderem diferentes pontos de vista, Serraglio e Requião apresentam discursos de mudança nos rumos atuais do PMDB. O deputado critica o desempenho do partido nas últimas eleições municipais. "Estamos andando cada vez mais com dificuldades, cada vez com menos representantes nos grandes municípios. Não temos nenhuma grande prefeitura. Aqui em Curitiba temos um vereador de 38, em Londrina, um de 19, e em Maringá e Cascavel não temos nenhum. Alguma coisa está errada", diz. Nas dez maiores cidades do estado, apenas uma prefeitura – Paranaguá – foi conquistada pelo partido. Serraglio se mostra insatisfeito, também, com o fato de o partido não ter lançado um sucessor de Requião no governo do estado, em 2010. "Passamos oito anos no governo do estado e não preparamos ninguém para ser sucessor de ninguém. Temos que sair dessa situação monolítica, centralizada, monopolista. Alguma coisa tem que ser feita", diz. Já Requião se opõe à adesão da maioria dos deputados estaduais ao governo Richa. "O PMDB estava acabando na mão dos deputados. Aderiram ao saco do Beto Richa como carrapatos estrela. Hoje, o governo não tem nenhum programa e o PMDB está lá, em troca de carguinhos, favores, e a base do partido não quer isso. Sou candidato para devolver o PMDB aos peemedebistas", afirma. O senador critica, também, a postura de Serraglio nas eleições de 2012 e atribui a ele e outros colegas de partido o mau desempenho do PMDB nas grandes cidades. "Provavelmente, foi porque ele não participou de campanha alguma. Foi a falta do Serraglio e dos deputados, eu andei o estado inteiro", dispara. 2014 As eleições de 2014 são o pano de fundo para essa disputa interna. Caso a chapa de Requião saia vencedora, é muito provável que o senador saia candidato ao governo do estado – embora ele diga que apenas "coloca seu nome à disposição".

Já uma vitória de Serraglio firma o PMDB na base do governo Richa e pode empurrar a legenda para uma coligação com o PSDB no próximo pleito. O deputado, entretanto, diz que uma coisa não significa necessariamente a outra. "O governo Requião tinha secretários do PSDB, o PSDB apoiava o Requião. Uma coisa é você construir a governabilidade, outra é você ir para as urnas", diz. Ele diz, ainda, que mesmo se vencer, não descarta a possibilidade de candidatura própria. Racha Apesar da nítida desavença e dos interesses bastante distintos das chapas, o deputado descarta a possibilidade de racha. "Temos correntes diferentes, não tem problema. Somos um partido pluralista. Entendemos que das divergências, podemos construir coisas inteligentes. Tenho certeza que, ganhe quem ganhar, amanhã nós estaremos construindo a unidade. Nós só precisamos acordar um pouco", diz Serraglio. Já Requião afirma que o racha é "necessário" para o PMDB. "Precisa haver um racha. O PMDB precisa funcionar com peemedebistas. Os mercadores da política não vão encontrar espaço se a nossa chapa ganhar", diz. O senador afirma, também, que não lida com a possibilidade de perder o diretório. Ele diz, entretanto, que aceitará de volta quem tiver arrependido com as decisões passadas. "Todos que se arrependerem serão bem vindos como foi o filho pródigo. Mando abater o carneiro mais gordo do meu rebanho para festejar a volta dos companheiros ao bom caminho", diz. Pessuti Apesar das declarações, um dos oponentes não deve comer o carneiro de Requião. O senador disse que considera o ex-governador Orlando Pessuti um "caso perdido" e que ele está "se despedindo do PMDB" na convenção de hoje. "Ele já lançou um filho candidato a vereador de Curitiba pelo PSC. Ele já saiu do PMDB e está hoje se despedindo", disse. O senador disse, ainda, que não teve contato com Pessuti durante a convenção e que "nem gostaria de ter". "Ele não traiu a mim, traiu a todos os princípios programáticos e estabeleceu uma fisiologia inaceitável quando assumiu o governo, e me deixou extraordinariamente descontente", diz.

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