O PMDB do Paraná não vai adotar a mesma postura anunciada pela direção nacional do partido de liberar quem quiser sair da legenda sem risco de perder o mandato. O alerta foi dado ontem pelo presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, que reagiu contra a nota oficial divulgada no domingo pela cúpula peemedebista. No documento, o presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, e a presidente em exercício, Íris de Araújo, sugeriram aos insatisfeitos que deixem o partido "o quanto antes" sem risco algum de perder o mandato.

CARREGANDO :)

A nota oficial foi uma resposta às declarações dos senadores Jarbas Vasconcellos (PE) e Pedro Simon (RS), que defenderam o afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

A promessa de Michel Temer de não recorrer à Justiça exigindo o mandato de quem deixar o partido foi considerada sem efeito por Pugliesi.

Publicidade

Segundo ele, uma decisão pessoal não vai impedir que os suplentes recorram à Justiça requerendo as vagas de quem deixou o partido. "É por isso que no Paraná, vamos ficar atentos à resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que estabelece a fidelidade partidária. Nosso entendimento é o mesmo do TSE, que determina que os mandatos pertencem aos partidos e não aos ocupantes", diz Pugliesi.

Apesar da presidência estadual considerar inócua a carta branca dada pela executiva nacional, o deputado estadual Mauro Moraes interpretou como uma brecha para poder deixar o PMDB sem sofrer sanções.

Moraes aguarda a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a uma ação declaratória sobre justa causa para sair da legenda sem correr risco de perder o mandato. Ele argumenta que está sendo perseguido pelo partido por discordar de algumas posições do governo. O deputado foi destituído da presidência da Comissão de Segurança Pública e retirado da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa.

Outro deputado peemedebista que vem tendo atritos com a liderança do governo é Reinhold Stephanes Jr. Ele diz que não pretende deixar o partido pegando carona na orientação da direção nacional, embora seja contra a regra da fidelidade partidária. "Ninguém vota em partido ou num candidato porque está no partido x ou y. Essa lei favorece a ditadura da direção do partido sobre quem tem mandato. Eu não posso ser vaquinha de presépio", afirmou Stephanes Jr.