O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse nesta quinta-feira (16) que agora “todos estão falando a mesma língua” em seu partido em relação ao rompimento da aliança com o PT para as próximas eleições. Segundo Cunha, os peemedebistas estão “doidos para cair fora”. “Ninguém aguenta mais aliança com o PT”, resumiu.
Para o peemedebista, a realidade é que seu partido não está no governo porque não participa das discussões públicas. Em sua avaliação, só os ministros ocupam espaço na Esplanada dos Ministérios. No entanto, por “responsabilidade com a governabilidade”, ele pregou que a legenda continue no governo Dilma. “Seria uma irresponsabilidade sair do governo”, declarou. Ele, no entanto, não descartou um rompimento antes de 2018.
Em sua avaliação, o vice-presidente Michel Temer conseguiu melhorar “muito” a articulação política com o Congresso e talvez, sem ele, a pauta do ajuste fiscal não teria passado. “Sem o Michel, o caos estaria instalado”.
Cunha evitou falar em futura candidatura à Presidência da República e diz que não pensa no futuro. “Penso no presente”, desconversou. Ele afirmou que o tempo definirá quem representará a sigla na disputa de 2018. “Todo mundo que usou o cargo com ambição pessoal deu com os burros n’água”, afirmou.
Em pé de guerra com os petistas, Cunha ironizou a possibilidade de haver um panelaço durante seu pronunciamento em cadeia de rádio e TV na noite dessa sexta-feira (17). “Estou fazendo prestação de contas, não estou esperando aplausos”, respondeu. Ele disse que “ficará muito feliz” se houver manifestação contrária porque isso significará que o PT estará liderando o movimento, o que dará mais destaque ao pronunciamento. “Será um PTzaço”, brincou.
Embora tenha criticado o “espetáculo” na Operação Lava Jato, principalmente no cumprimento de mandado de busca e apreensão contra políticos nesta terça, 15, Cunha - que é um dos investigados - evitou fazer comentários sobre o andamento das investigações. “Estou muito tranquilo. Não devo nada”.