A cúpula do PMDB da Câmara já decidiu: quem estará no comando do partido na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o deputado Michel Temer (PMDB-SP). A notícia agrada os tucanos que querem a candidatura presidencial do governador de São Paulo, José Serra. Eles veem em Temer não só um interlocutor confiável, como um aliado que pode ter papel estratégico em 2010, ajudando a ampliar o número de serristas no PMDB. Afinal, é em São Paulo que a aliança dos sonhos do tucanato, unindo PSDB, PMDB, DEM e PPS, está feita.

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"Não há a menor possibilidade de o PMDB interromper o mandato de Michel Temer à frente do partido. Ele fica na cadeira de presidente até 2010", informa o líder peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Embora esteja licenciado do comando da legenda desde que assumiu a presidência da Câmara e venha negando a intenção de acumular os dois cargos, Temer foi convencido por seu grupo a não abrir mão do posto.

Como o mandato de toda a executiva atual vai até março do ano que vem e a palavra de ordem no partido, agora, é "unidade", o grupo de Temer e do ministro da Integração, deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), argumenta que abrir uma nova disputa interna só serviria para aprofundar as mágoas e o racha provocado pela eleição para o comando das duas Casas no Congresso. A candidatura de Sarney foi vista como prejudicial a de Temer, que mesmo assim acabou eleito.

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A permanência de Temer serve para colocar um ponto final na briga entre o grupo de Sarney e do líder no Senado, Renan Calheiros (AL), que lançou a candidatura do senador Romero Jucá (RR), e o PMDB da Câmara, que entrou na disputa com o deputado Eunício Oliveira (CE).

Os senadores lembram que os próprios deputados cogitaram de passar o comando partidário ao Senado, quando Temer candidatou-se a presidente da Casa. "Se o Senado não tivesse eleito Sarney presidente, faria sentido falar em equilíbrio interno. Agora, no entanto, o equilíbrio já se deu com a eleição de Sarney, zerando o jogo", argumenta o líder Henrique Alves, para concluir: "Não há porque interromper o mandato de Michel Temer na presidência do PMDB".

O PMDB da Câmara, unido, possui força suficiente para impor o nome de Temer, mesmo contra a vontade de senadores do partido.

No entanto, informada de que o PMDB da Câmara cogitou prorrogar a interinidade da vice-presidente, deputada Iris Araújo (GO), por tempo indeterminado, a ala dos senadores já estabeleceu, em conversas reservadas, suas condições para a pacificação interna. Os senadores reconhecem a legitimidade de Temer e o veem como interlocutor confiável para conduzir o partido na sucessão de 2010, desde que Iris não permaneça no cargo.

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