O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), foi lançado oficialmente pela bancada do partido como candidato à presidência da Casa. Renan Calheiros obteve o apoio de todos os 19 senadores da legenda presentes ao encontro. Logo após a reunião, o candidato peemedebista, que tenta retornar ao comando do Senado após quase seis anos, não apareceu para falar com a imprensa. Coube ao senador e presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), o anúncio da indicação de Renan.
"A candidatura não pertence até este presente momento ao senador Renan e sim ao partido. Pertence à bancada e ao partido, que deliberou para o último dia. Ele estava construindo a candidatura", justificou Valdir Raupp, aos jornalistas, em entrevista ao final do encontro. Raupp disse que Renan Calheiros apresentará nesta sexta-feira (01), durante a eleição, uma plataforma para comandar o Senado pelos próximos anos, tendo como itens redução de gastos da Casa e uma pauta de votações com temas ligados ao pacto federativo.
Valdir Raupp rejeitou a suspeita de que a indicação de Renan Calheiros causasse constrangimento para o partido. Na semana passada, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou Calheiros pelos crimes que o levaram a abdicar do comando da Casa, o que aumentou a pressão contrária à sua candidatura. "Em absoluto (que há constrangimento). O senador Renan não tem julgamento, nenhuma condenação. É um líder nato, construiu dentro da bancada e fora dela (apoio), portanto, deve ser eleito na manhã de sexta-feira para a presidência do Senado Federal", afirmou.
O presidente do partido também não crê em desgaste da legenda com a indicação de Renan. "O preço do PMDB é ver restabelecida a democracia no Brasil, ter ajudado governos a desenvolver o País. Ajudou no governo Fernando Henrique, no governo Lula, da presidente Dilma, com o presidente Sarney com Tancredo Neves. O PMDB é hoje o segundo partido mais lembrado pela população brasileira pelo trabalho que tem feito", afirmou.
Valdir Raupp criticou a decisão do PSDB de apoiar a candidatura do senador Pedro Taques (PDT-MT) e, com isso, quebrar a tradição da proporcionalidade das bancadas para ocupação dos cargos da Mesa Diretora. Como terceira maior bancada do Senado, caso apoiassem os peemedebistas (a maior bancada) os tucanos teriam direito a fazer a terceira indicação para compor a Mesa. Teriam direito, em tese, a reivindicar a Primeira Secretaria, espécie de "prefeitura do Senado", cargo que atualmente é ocupado pelo tucano Cícero Lucena (PB).
"Eu lamento profundamente que se esteja quebrando a proporcionalidade da Casa", criticou Valdir Raupp. Taques conta com o apoio declarado dos tucanos, do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), integrante do grupo dos independentes que abriu mão de candidatura própria, e do presidente do Democratas, senador Agripino Maia (RN).
O partido também decidiu formalizar o nome de Eunício Oliveira (CE) como novo líder da bancada e do senador Romero Jucá (RR) como indicado para ocupar a Segundo Vice Presidência do Senado. Jucá ameaçou disputar com Eunício o posto de líder.
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