Convidado oficialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar a coordenação de sua campanha pela reeleição, o PMDB está com dificuldade de encontrar nomes livres, e não envolvidos em denúncias, para participar do comando eleitoral petista. A cúpula peemedebista já analisa a possibilidade de não indicar ninguém. Na prática, isso vai significar a permanência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do senador José Sarney (PMDB-AP) como interlocutores informais do partido com Lula.

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A dificuldade é real, pois o comando governista do PMDB hoje está sem opção para indicar um nome de confiança para a função que ao mesmo tempo reúna densidade política. Chegou a ser pensado o nome do próprio Renan Calheiros, que recusou a idéia depois de argumentar que o fato de ser presidente do Senado o impediria de integrar um comitê partidário. Renan era considerado o nome ideal por não estar disputando eleição este ano.

- Como presidente do Senado, eu não posso integrar a coordenação da campanha de Lula. Eu preciso ter isenção para comandar a Casa - disse Renan.

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O presidente do PT e coordenador da campanha de Lula, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse ontem que ainda aguarda uma indicação do PMDB. Mas entende a dificuldade do partido para escolher um coordenador.

- Nós estamos aguardando a indicação. Mas entendo a situação do partido, que quer indicar um coordenador com peso político, apesar de os principais nomes do PMDB estarem em campanha - observa Berzoini.

Outro nome que chegou a ser cogitado foi o de Sarney. Apesar de alegar oficialmente que está sem tempo, pois disputa a reeleição no Amapá, o senador alegou que, como ex-presidente da República, não seria adequado para a "liturgia" do cargo integrar o comando de uma campanha presidencial. Já o líder da bancada, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), foi discretamente descartado pelo próprio PT. Isso porque Suassuna é citado nas gravações feitas pela Polícia Federal na Operação Sanguessuga. O PT acredita que a indicação de Suassuna poderia causar prejuízos à imagem do presidente Lula.

Também foram cogitados os nomes do líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e do ex-ministro das Comunicações deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE). Mas os dois disputam eleição. O primeiro concorre ao governo de Roraima e o segundo tenta a reeleição para a Câmara dos Deputados.

- A situação no partido é muito difícil, pois todo mundo com densidade política está envolvido com a sua própria eleição. Existe uma ausência de nomes - admitiu Jucá.

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