Na próxima segunda-feira (2), uma reunião entre os líderes do PMDB no estado vai discutir a impugnação da convenção do diretório do partido em Curitiba, que aconteceu em julho e elegeu chapa ligada ao senador Roberto Requião. A manobra pode ser vista como mais um passo na disputa pelo comando do PMDB no Paraná e no posicionamento do partido nas eleições do ano que vem, já que o comando estadual sinaliza que deve se aliar a Beto Richa (PSDB) ou Gleisi Hoffmann (PT) e não apoiar a possível candidatura de Requião.
O presidente do PMDB no Paraná, deputado Osmar Serraglio, afirma que teriam ocorrido algumas irregularidades na convenção que elegeu Altino Chagas Loureiro para o diretório municipal, e que esses problemas poderiam legitimar a sua impugnação. Segundo ele, a executiva estadual do partido havia determinado que as eleições municipais deveriam ocorrer nos dias 13 ou 14 de setembro, mas o diretório de Curitiba se antecipou em mais de dois meses.
Ele também alega que a convenção escolheu 25 delegados, quando teria direito a somente 12. E, por fim, diz que alguns membros votaram mesmo sem permissão, e citou como exemplo o deputado Cleiton Kielse, que teria se filiado ao PMDB há menos de seis meses e por isso ainda estaria impedido de participar da votação. "Pode acontecer de a gente decidir impugnar a convenção nesta reunião. Mas eu, pessoalmente, vou pedir para que o assunto seja decidido em um prazo maior, para dar mais tempo para o Altino se posicionar sobre o assunto", afirmou Serraglio.
O deputado nega, ainda, que a intenção seja tirar poder de Requião. "Dizem que a gente quer a cabeça do Requião, mas não tem nada a ver", diz.
No Twitter, o senador se manifestou sobre a reunião da próxima semanda. "Segunda, na sede do PMDB-PR, reúne-se toda a Disneylandia, para fazer vergonheira... Que tristeza!", escreveu. Procurado pela reportagem, o senador não foi localizado.
Convenção foi legitimada
A convenção do PMDB foi legitimada por decisão do juiz César Ghizoni, da 14ª Vara Cível de Curitiba, que anulou a intervenção feita pela executiva estadual do PMDB no diretório de Curitiba. A ação foi movida por Requião, que presidia o PMDB curitibano na época da dissolução de 72 diretórios municipais inclusive o de Curitiba. O estatuto nacional do PMDB permite a dissolução de diretórios em cidades nas quais o partido não obtenha 10% das vagas de vereador.
Para o juiz, não houve chance de defesa para Requião e os demais membros do diretório municipal. No entendimento do magistrado, o próprio estatuto nacional do PMDB foi desrespeitado pela direção estadual, que não seguiu os trâmites e prazos estipulados no texto.
Dívida
Serraglio alfinetou, ainda, o senador por não pagar dívida da campanha de 2006, em que Requião se reelegeu governador. "Que eu saiba, ele não pagou nada até agora. E podem até penhorar o nosso prédio por causa disso", disse.
A multa eleitoral, no valor de R$ 247,3 mil, foi aplicada ao PMDB, ao então candidato e ao PSC, que fazia parte da coligação. Caso o valor não seja pago, há a possibilidade de que bens materiais sejam penhorados para quitar a dívida. Isso poderia ameaçar bens dos envolvidos, como imóveis em nome de Requião ou pertencentes ao diretório do partido.
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