Insatisfeito com a perda de espaço da legenda no governo, o PMDB também reclama do "engessamento" de seus ministros. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse ontem que os ministros estão "sem autonomia" para resolver questões protocolares do cargo, como demandas de prefeitos.
"Hoje, os ministros estão limitados em suas ações. Ficam esperando demandas da Casa Civil, das Relações Institucionais. Os ministros não conseguem decidir as questões trazidas por prefeitos. Não são obras grandes, são coisas pequenas do cotidiano da prefeitura, por exemplo, que ficam sem respostas", reclamou.
Atualmente, o PMDB ocupa os Ministérios da Previdência, Turismo, Agricultura, Minas e Energia, além da Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Na semana passada, a bancada do PMDB divulgou manifesto dizendo que a relação entre o PT e PMDB com o governo é "desigual". No documento, os peemedebistas ainda afirmaram que o partido vive em uma "encruzilhada, onde o PT se prepara, com ampla estrutura governamental, para tirar do PMDB o protagonismo municipalista no país".
"TPE"
Em resposta a esse manifesto, o presidente da Câmara Federal, o deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou ontem que o PMDB vive uma "TPE": tensão pré-eleitoral. Para o presidente da Câmara, nesta época é natural que todos os partidos demarquem suas posições.
Além do partido do vice-presidente Michel Temer, o PDT e o PR também estão desconfortáveis com a relação com o governo federal. Os partidos pleiteiam, respectivamente, a indicação para os ministério do Trabalho e do Transportes. As insatisfações ameaçam atrapalhar votações importantes, como a do Código Florestal, marcada para esta semana na Câmara.
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