O PMDB e parte do PSDB ignoraram a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que na terça-feira anulou a coligação entre os dois partidos no Paraná e decidiram levar o assunto para Brasília. A decisão, segundo integrantes dos dois partidos, está agora nas mãos do presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, e do candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin.
Mesmo insatisfeito com a decisão do TRE pelo fim da aliança, o governador Roberto Requião optou por não recorrer da decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele preferiu pedir que líderes nacionais do PMDB articulassem junto à executiva federal do PSDB para que os tucanos voltassem atrás na decisão de impugnar a coligação. O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, telefonou ontem à noite para o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, e disse que hoje, até as 8 horas, daria uma posição definitiva.
O coordenador-geral da campanha de Alckmin, senador Sérgio Guerra, confirmou ontem o apelo feito pelos peemedebistas. "O PMDB nacional, a pedido do PMDB estadual, nos trouxe a questão, mas eu sei que o governador Requião não vota na gente", disse ele. "O Alckmin já conhece o assunto e amanhã decidiremos isso."
O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, confirmou que a exigência do PSDB para que revogasse a resolução contra a aliança no Paraná é o apoio declarado de Requião a Alckmin. O governador reafirmou que não fará isso e disse que Hermas, que seria seu vice, o faria pela coligação.
O presidente estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, também aguarda uma resposta dos tucanos. Ele admite não ter gostado de os peemedebistas terem ficado "nas mãos" do PSDB.
Independência
Já o presidente do PSDB no Paraná, Valdir Rossoni, disse que não esperava nenhuma decisão da executiva nacional porque Sérgio Guerra teria assegurado que não haveria interferência da direção. Os candidatos a deputado estadual pelo PSDB começam a gravar os programas de televisão hoje para estrear no horário gratuito eleitoral na quarta-feira. "Agora, cada um vai poder definir seu apoio de forma independente e feliz", disse Rossoni.
O deputado federal Gustavo Fruet (PSDB) afirmou que, apesar da pressão grande do PMDB nacional para reestabelecer a aliança no Paraná e de "todo tipo de versão", a direção do partido não deve validar a aliança no Paraná.
Para o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB), o assunto foi liquidado pela Justiça Eleitoral. O conselho político da candidatura de Geraldo Alckmin, segundo ele, não é instância partidária para decidir. "Agora o candidato à reeleição é que trate de resolver o problema dele dentro do PMDB e deixe os partidos caminharem sossegados."
A ala do partido que já declarou apoio ao governador Roberto Requião (PMDB) ainda tinha esperança de uma reviravolta. "Não vamos recorrer, a executiva federal que se vire para resolver. Vamos com Requião de qualquer maneira", afirmou o líder da bancada do PSDB na Assembléia Legislativa, Nelson Garcia.
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