Cota peemedebista
Quem está e o que o partido cobiça no ministério de Dilma:
Governo Lula
Agricultura
Wagner Rossi
Virou ministro da Agricultura por indicação de Michel Temer. Deve permanecer no cargo por apoio do vice e da bancada.
Minas e Energia
Edison Lobão
Tornou-se ministro de Minas e Energia por indicação da família Sarney. Dilma gostou do seu trabalho e vai nomeá-lo de novo, na cota do Senado.
Defesa
Nelson Jobim
Continuará ministro, mas a pasta deixará de administrar a aviação civil e PMDB não o considera como cota do partido.
Integração Nacional
Pedro Sanguinetti Ferreira
Assumiu neste ano, com a saída de Geddel Vieira Lima, mas deve sair, já que a pasta vai para a cota do PSB.
Saúde
José Gomes Temporão
Embora indicado pelo partido, não tem relações políticas com o PMDB e sairá do ministério.
Comunicações
José Artur Filardi Leite
Assumiu com a saída de Hélio Costa, que candidatou-se ao governo de MG; pasta vai para Paulo Bernardo, do PT.
Governo Dilma
Cobiçados
Cidades Moreira Franco
Saúde Sérgio Côrtes
Transportes sem nome
Aviação Civil sem nome
Confirmados
Agricultura Wagner Rossi
Minas e Energia Edison Lobão
Defesa Nelson Jobim
Menos de 24 horas depois de ter sido indicado e anunciado como o escolhido para o Ministério da Saúde da presidente eleita, Dilma Rousseff, o médico ortopedista Sérgio Côrtes viu seu nome revogado do cargo em meio a uma crise política envolvendo o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e a bancada peemedebista na Câmara. Cabral era o padrinho da indicação, que não foi acatada nem pelo vice de Dilma, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), nem pela bancada.Dilma ficou irritada com o que chamou de "precipitação" no anúncio de nomes do ministério. Em reunião realizada ontem com médicos, no Centro Cultural Banco do Brasil sede da equipe de transição , Dilma afirmou que os nomes para essa área ainda não foram definidos. "Eu queria deixar claro para vocês que ainda não escolhi o meu ministro da Saúde", disse ela, diante de uma plateia formada por nomes de peso, como o cardiologista Adib Jatene. "Ainda não escolhi meu ministro. Mas ele honrará a tradição de [José Gomes] Temporão e Adib Jatene", acrescentou Dilma.
"O anúncio precipitado do nome de Côrtes fez com que ele provavelmente tenha dormido ministro e acordado sem a pasta", resumiu o deputado paranaense Rodrigo Rocha Loures. Em reunião da bancada do PMDB, as lideranças do partido na Câmara bateram o martelo e rejeitaram apoiar o nome de Côrtes, atual secretário de Saúde do Rio de Janeiro, para o ministério de Dilma. Se a presidente quisesse ficar com Côrtes, teria de contabilizá-lo no ministério como nome da "cota pessoal".
Foi o próprio Cabral quem, no Rio, anunciou formalmente a suposta escolha de Sérgio Côrtes para a cadeira hoje ocupada por Temporão na Saúde. "Foi feito o convite por mim, em nome da presidente, e ele aceitou", disse o governador na tarde de terça-feira. O governador se reuniu com Dilma na segunda-feira à noite, na Granja do Torto. Na ocasião, ela disse a Cabral que a indicação de Côrtes precisaria passar pelo crivo do PMDB na Câmara e no Senado.
Em conversas reservadas, integrantes da equipe de transição disseram que Cabral quis "criar um fato consumado" e acabou causando desconforto político na aliança governista. Temer também não escondeu a contrariedade com o anúncio de Côrtes porque nem sequer participou da reunião entre Dilma e Cabral. Além disso, a cúpula do PT descobriu que há uma série de denúncias contra o secretário de Saúde fluminense.
Denúncias
Na Assembleia Legislativa do Rio, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSol) pediu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar suspeita de corrupção na Saúde, como superfaturamento na compra de equipamentos e em contratos de manutenção de serviços terceirizados. Na justificativa para o pedido de CPI, Freixo disse que há "indícios graves de irregularidades no processo de licitação".
Ontem, Temer contou que o governador Cabral telefonou para dizer que foi a presidente eleita quem lhe pediu que indicasse um técnico para a pasta da Saúde e que, portanto, ele preencheria uma vaga da cota pessoal de Dilma.
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