Alternativa
Independentes tendem a lançar pedetista para concorrer à presidência
Folhapress
A provável indicação pelo PMDB de Renan Calheiros (AL) para a presidir o Senado nos próximos dois anos deve resultar no lançamento de um candidato alternativo para disputar o cargo na sexta-feira. Hoje haverá uma reunião entre os parlamentares Pedro Taques (PDT-MT), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Pedro Simon (PMDB-RS), Cristovam Buarque (PDT-DF) e João Capiberibe (PSB-AP) para tratar do assunto. Eles fazem parte do grupo de senadores independentes que não querem ver Renan na presidência da Casa.
Taques disse ontem que colocou seu nome ao grupo para disputar a Presidência do Senado, caso o nome indicado pelo PMDB seja mesmo o de Renan Calheiros. "Independentemente de qualquer nome, o Senado precisa de renovação", defendeu Pedro Taques. Na quinta-feira, ele tentará convencer a bancada de seu partido a aderir ao seu nome, caso saia como candidato avulso. "O PDT tem que saber o que quer, se vai ficar vivendo do passado ou olhar para o futuro, ressaltou ele.
Tucanos
Caso a candidatura do pedetista se concretize, a bancada de 11 senadores do PSDB estudará apoio ao parlamentar. O líder do partido, Alvaro Dias (PR), defende que os tucanos votem numa candidatura alternativa, como a de Pedro Taques. O partido, porém, não aceita votar em Randolfe Rodrigues (PSol-AP), que já declarou que pretende se candidatar. Randolfe e os tucanos têm fortes divergências políticas.
O PMDB saiu ontem em defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), favorito a vencer a eleição para presidente do Senado, na próxima sexta-feira. O presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp (RO), declarou "achar estranho" a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Renan às vésperas da eleição. O senador alagoano foi denunciado na semana passada pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposto uso de notas frias em prestação de contas, em caso que está no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Raupp, o PMDB não encontrou nenhuma irregularidade contra Renan.
"Respeito o Ministério Público e o procurador [geral da República] Roberto Gurgel. É da natureza do Ministério Público [a denúncia], mas causou estranheza o momento. Ele fez a denúncia na véspera da eleição", disse Raupp. O presidente do partido negou ainda haver qualquer constrangimento no fato de Renan ser o candidato do partido a ocupar a presidência do Senado para os próximos dois anos. "Não encontramos nenhuma prova de irregularidade nas acusações contra ele."
Por ser o maior partido no Senado, o PMDB tem a prerrogativa de indicar o nome para presidir a Casa. E, apesar de haver a pressão de alguns senadores para que o partido mude de candidato, a tendência é que Renan seja mantido.
Na segunda-feira, os senadores Aécio Neves e (PSDB-MG) e Eduardo Suplicy (PT-SP) pediram para Renan desistir da candidatura. Apesar dos apelos, a bancada do PMDB no Senado vai se reunir amanhã à tarde para indicar oficialmente o nome de Renan para o cargo e não é esperada nenhuma surpresa. Também na quinta-feira os senadores peemedebistas deverão escolher seu novo líder no Senado. Estão em disputa Eunício Oliveira (CE) e Romero Jucá (RR).