Os ex-seguranças de Paulo César Farias, o PC Farias, que eram acusados de participação na morte do empresário e da namorada dele, Suzana Marcolino, em 23 de dezembro de 1996, foram inocentados na noite desta sexta-feira (10) ao final do julgamento do caso, em Maceió (AL). Os jurados também afastaram a tese de suicídio e entenderam que houve um duplo homicídio.
A maioria dos integrantes do júri popular entenderam que os policiais militares Adeildo dos Santos, Reinaldo de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva, que à época faziam a segurança de PC Farias, não tiveram participação direta no crime nem se omitiram na segurança do casal.
Em 1996, quando mortos, PC Farias tinha 50 anos, e Suzana, 28. Eles foram encontrados mortos com um tiro cada, na cama, na casa de praia do empresário, na capital alagoana.
Durante 11 horas de debate nesta sexta-feira, defesa e acusação tentaram convencer os sete jurados de suas teses. Para o Ministério Público, houve um duplo homicídio de autoria desconhecida, com crime de omissão dos quatro PMs então responsáveis pela segurança do casal. Já a defesa dos ex-seguranças defendia que Suzana matou PC Farias e depois se suicidou.
Tesoureiro de campanha de Fernando Collor à Presidência, em 1989, PC Farias foi o articulador do esquema de corrupção no governo denunciado à época que culminou no processo de impeachment do então presidente, em 1992.
Os cinco dias de julgamentos foram marcados por uma guerra de perícias. O primeiro laudo, de 1996, elaborado por peritos de Alagoas e da equipe de Badan Palhares, que na época era da Unicamp, concluía que houve um homicídio e depois um suicídio.
O laudo foi contestado e, no ano seguinte, a equipe comandada pelo legista Daniel Muñoz, da USP, concluiu a ocorrência de um duplo homicídio.