Dez policiais militares de São Paulo embarcam nesta segunda-feira (3) para o Japão para trocar experiências sobre polícia comunitária. A filosofia japonesa nesse tipo de policiamento é aplicada no estado desde a assinatura de um termo de cooperação, em 1999. Vinte bases comunitárias já utilizam as técnicas aprendidas com os orientais.
O tenente Émerson Massera está entre os oficiais que embarcam para Tóquio. "O Japão já possui uma larga experiência em polícia comunitária e está bem à nossa frente neste quesito. No início deste projeto-piloto nós percebemos que muitas coisas são completamente aplicáveis à realidade de São Paulo", acredita. A polícia japonesa tem 140 anos de experiência na área.
No total, 60 policiais do estado já foram ao Japão para o curso, que é realizado anualmente. Embarcam nesta segunda cinco oficiais que executam atividades operacionais dentro da corporação e cinco sargentos que comandam bases comunitárias. "A globalização da segurança pública é sempre positiva", afirma o tenente.
O superintendente da Polícia Nacional do Japão, Takashi Ishii, mudou para São Paulo há um ano para auxiliar e acompanhar a aplicação da técnica. Ele fica na cidade até março de 2008. "O objetivo é conseguir confiança mútua entre população e polícia, por meio de atividades junto com a comunidade", explicou ao G1.
O principal ponto da filosofia é aproximar a polícia da população da área. "Os policiais que trabalham na base comunitária visitam as residências e os comércios locais para saber queixas, opiniões e resolver os problemas", disse. Com isso, Ishii acredita que é mais fácil manter a segurança no local.
Massera acredita que o estreitamento da relação com a comunidade foi o principal ensinamento japonês para a polícia de São Paulo. "Nós passamos por uma fase de ditadura militar em que as instituições públicas se distanciaram da população. A polícia existe para defender a comunidade e esse contato foi muito interessante."
O capitão Robinson Cabral de Oliveira, do Departamento de Polícia Comunitária e Direitos Humanos da Polícia Militar, acredita que muitas dessas idéias já eram aplicadas nas 260 bases comunitárias do estado. A maior mudança nas 20 bases que receberam o projeto-piloto foi a aplicação da visita à comunidade. "O policial vai até a casa das pessoas, as conhece, faz o cadastramento", contou.
Pelo nome
A idéia é que os moradores de uma determinada região conheçam os policiais da área pelo nome. "A principal diferença do nosso policiamento é que o policial era desvinculado do território, ele só atendia solicitações. O japonês dá a responsabilidade daquele território ao policial. Naquela área, ele conhece todas as pessoas e todas as pessoas o conhecem", afirmou Massera.
Oliveira acredita que o contato com a comunidade facilita a prevenção primária dos crimes, já que as queixas chegam de uma maneira mais rápida. Ele conta que o índice de roubo e furto caiu até 20% nas bases que receberam o projeto. Entre as regiões que receberam uma base estão o Jardim Ranieri, na Zona Sul, o Morumbi, na Zona Oeste, São José dos Campos, a 91 km da Capital, e Santos, no litoral paulista.
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