No interior do Paraná, as articulações eleitorais estão tão intensas quanto em Curitiba. Assim como na capital, várias candidaturas apostam as fichas no apoio do governador Beto Richa (PSDB) ou do governo federal, na figura do casal de ministros Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. Os cenários mais quentes se desenham em Londrina e em Paranaguá, onde o nome do prefeito está envolvido em denúncias de corrupção, o que torna o resultado totalmente imprevisível. Já em Maringá, ninguém quer abrir mão de ir para a disputa: são nove pré-candidaturas até o momento. Veja o cenário nas reportagens de Tatiane Salvatico, Luiz Carlos da Cruz, Maria Gizele da Silva, Oswaldo Eustáquio, Denise Paro e Juliana Gonçalves.
Maringá
Em Maringá, a disputa pela prefeitura pode contar com até nove nomes. Por enquanto, PMDB, PMN, PP, PSB, PSDB, PT, PSC, PV e uma ala de esquerda caminham para ter candidato próprio.
No lado peemedebista, a legenda está dividida entre lançar o médico Durval Francisco dos Santos Filho ou se aliar a algum outro partido. O deputado estadual Dr. Batista é candidato praticamente certo pelo PMN, que ainda costura alianças para definir o vice.
O prefeito em exercício, Roberto Pupin, é pré-candidato pelo PP e também aguarda a definição em torno do vice. Já pelo PSB, o nome quase definido é o do ex-secretário estadual de Relações com a Comunidade Wilson Quinteiro.
O PSDB é o partido com mais possibilidades de candidato. Na briga estão o deputado federal Luís Nishimori, o deputado estadual Evandro Jr. e os vereadores Flávio Vicente e Márcia Socreppa. Por outro lado, o PT já definiu que lançará o deputado estadual e presidente da legenda no Paraná, Ênio Verri.
O PSC ainda luta pela candidatura própria. Nesse caso, o candidato seria o deputado federal Edmar Arruda. Quem também tenta emplacar nome próprio no pleito é o PV, ainda sem candidato definido.Uma chapa de esquerda ainda indefinida está sendo articulada entre PSTU, PCdoB e PSol.
Paranaguá
Às vésperas das convenções, o quadro em Paranaguá segue indefinido. Vários políticos foram envolvidos em denúncias de corrupção nos últimos meses. Com isso, abriu-se espaço para novatos. André Pioli é a aposta do PT e Vera Telles do PRTB.
As duas primeiras escolhas do atual prefeito José Baka Filho (PDT), as ex-secretárias Izolda Maciel e Elvira Geraldo, foram descartadas após denúncias envolvendo ONGs e a Máfia da Merenda. O nome da vez, da situação, é Paulo Emanuel do Nascimento (PDT).
Do lado da oposição, os tucanos sofrem com o fogo amigo. O pré-candidato Fabiano Elias, vice-prefeito, solicitou ao comando estadual do PSDB a dissolução da executiva provisória de Paranaguá. O principal alvo do pedido é o atual presidente municipal da sigla e também pré-candidato à prefeitura, Alceu Maron Filho, o Alceuzinho, denunciado pelo MP pelos crimes de formação de quadrilha e tráfico de influência no caso de venda de cargos e caixa 2 no Porto de Paranaguá. De olho no imbróglio, o Pastor Reinado (PTC) também disputa a preferência tucana.
Dono de um considerável patrimônio eleitoral, o ex-prefeito Mário Roque (PMDB) também está na disputa, mas não tem o apoio do partido. O PMDB estadual dissolveu a provisória municipal presidida por Roque, que se mantém no cargo por uma liminar.
Cascavel
A eleição deste ano entrará para a história de Cascavel por ser a primeira que poderá ser decidida em dois turnos. Uma campanha promovida por diversas entidades conseguiu convencer moradores da cidade que votavam em outros municípios a transferir o título de eleitor e jovens de 16 e 17 anos a fazerem o documento pela primeira vez. Com isso, a cidade atingiu a marca de 200 mil eleitores, fazendo com que a eleição seja definida em primeiro turno somente se o vencedor obtiver mais da metade dos votos válidos.
Até o momento, oito partidos já demonstraram interesse em lançar candidato próprio. O atual prefeito, Edgar Bueno (PDT), ainda não anunciou publicamente sua candidatura à reeleição, mas nos bastidores trabalha para isso.
Na semana passada, o deputado estadual Leonaldo Paranhos (PSC) pela primeira vez admitiu que é pré-candidato a prefeito. O anúncio foi um banho de água fria nos planos do deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB), que pretendia ter o apoio de Paranhos. O parlamentar estadual é visto como um forte oponente.
Também já anunciaram que estão dispostos a irem às urnas o ex-prefeito Lísias Tomé (PSDC), Francisco Menin (PPS), o deputado estadual Professor Lemos (PT), Rosana Nazari (PCB), Jorge Lange (PSD) e Hélio Laurindo (PSB).
Foz do Iguaçu
Em Foz do Iguaçu, a disputa está polarizada entre dois grupos: um tem o apoio do atual prefeito, Paulo Mac Donald (PDT), que não pode mais ser candidato à reeleição; o outro é liderado pelo deputado estadual Reni Pereira (PSB).
O PT tem como pré-candidato Gilmar Piolla. Ele foi o escolhido após a desistência de Jorge Samek, que foi reconduzido à diretoria da Itaipu Binacional. No mesmo grupo, porém, ainda despontam como pré-candidatos Nanci Rafain Andreola (PDT), Joane Vilela (PCdoB) e Chico Brasileiro (PCdoB).
Na oposição, Reni já conta com o apoio do PSDB e namora PSC, PSL e PMN. Nesse cenário, os tucanos devem indicar o nome do vice, que está entre Djalma Pastorelo e Ivone Barufaldi.
Apesar da polarização entre os dois grupos, alguns partidos ainda não definiram que posição tomar e não descartam candidatura própria. No PMDB, o ex-prefeito e ex-deputado estadual Dobrandino da Silva defende o apoio a Reni. Há uma ala que prefere apoiar a situação, e uma terceira via quer Tércio Albuquerque como candidato do partido.
Outros pré-candidatos são Ruberlei Santiago (PP), Fernando Giacobo (PR), José Elias Aiex Neto (PSol), Dilto Vitorassi (PV), Osli Machado (PPS) e Camilo Rorato (PPS).
Ponta Grossa
O cenário eleitoral em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, tem quatro fortes nomes às eleições de 2012: os deputados estaduais Marcelo Rangel (PPS) e Péricles de Mello (PT) e os empresários João Barbiero (PR) e Márcio Pauliki (PDT).
Embora ainda não tenha havido um anúncio oficial, Rangel é hoje a opção do governador Beto Richa (PSDB). Mas o prefeito Pedro Wosgrau Filho (PSDB), que está no segundo mandato e não pode tentar a reeleição, ainda não declarou apoio a nenhum nome. O deputado estadual Plauto Miró (DEM), cujo pai já foi prefeito de Ponta Grossa, é constantemente citado como possível candidato.
Já Péricles de Mello, que está no quarto mandato de deputado e foi prefeito entre 2001 e 2004, é o nome do governo federal no município.Dono de uma emissora de tevê a cabo em Ponta Grossa, João Barbiero, por sua vez, deixou o cargo de secretário municipal de governo de Wosgrau na semana passada, mas ainda não sabe quais serão seus aliados. Outro nome cotado para a disputa é o de Márcio Pauliki, que é superintendente de uma rede de varejo no ramo de eletrodomésticos. O pedetista é ex-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ponta Grossa e ainda não disputou um cargo eletivo.
Londrina
Faltando quatro meses para a eleição, Londrina tem nove pré-candidatos a prefeito. São eles: o atual prefeito, Barbosa Neto (PDT), o ex-prefeito Luiz Eduardo Cheida (PMDB), a ex-ministra de Desenvolvimento Social Márcia Lopes (PT), Alexandre Kireeff (PSD), Marcelo Belinati (PP), Marcão Kareca (PRB), Marcos Colli (PV), Tercílio Turini (PPS) e Valmor Venturini (PSol).
O PSDB ainda não definiu que direção tomar depois que o secretário estadual da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, desistiu de ser candidato. Uma ala do partido tem conversado com o PP sobre um possível apoio à candidatura de Marcelo Belinati. No entanto, também são mantidas conversas com Cheida e ainda há a chance de lançar Junker de Assis Grassioto como candidato próprio.
Os partidos de esquerda já estão praticamente consolidados com uma aliança entre PSol, PSTU e PCB.
Uma demonstração de que a disputa deve ser das mais acirradas é que, antes mesmo da realização das convenções, ações relativas ao pleito já movimentam a cidade. A Justiça Eleitoral multou o prefeito Barbosa Neto e o PDT em R$ 12,5 mil cada um por propaganda antecipada. Em maio, o partido realizou dois eventos no centro da cidade que também foram considerados irregulares.
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