A Polícia Rodoviária Federal (PRF) suspeita que funcionários da prefeitura de Campos dos Goyatacazes estão envolvidos no protesto que bloqueia os dois sentidos da BR-101 no norte fluminense há mais de cinco horas. Segundo o inspetor Maurício Sarmet, chefe da delegacia local da corporação (10º DPF), um caminhão da prefeitura foi apreendido na manhã desta quinta-feira (11) levando pneus para serem queimados pelos manifestantes no quilômetro 76 da via, que foi invadido por manifestantes no início da manhã.
A PRF recebeu denúncias anônimas de que há funcionários públicos entre os manifestantes, que teriam sido mobilizados por políticos da região e transportados ao local por ônibus fretados. Eles protestam contra aprovação da chamada "emenda Ibsen" na Câmara dos Deputados, ocorrida na quarta-feira (10). A proposta altera a distribuição dos royalties e participações especiais da exploração do petróleo e, se for aprovada no Senado e promulgada provocará a perda de mais de R$ 5 bilhões anuais para o Estado e 90 municípios fluminenses.
Segundo a PRF, o congestionamento nos dois sentidos da rodovia já chegava a 30 quilômetros por volta das 12h40. Já a concessionária Autopista Fluminense informou que o engarrafamento era de apenas seis quilômetros em cada sentido. Os manifestantes queimaram pneus e pedaços de madeira
"Se confirmarmos o envolvimento de políticos nesse movimento, isso não me surpreenderá. Não é o que se espera, mas já tivemos outros episódios aqui envolvendo autoridades, infelizmente. Na verdade estão criando um problema para todos e não me parece que essa falta de sensatez vai resolver o problema gerado, mas não me cabe fazer juízo de valor quanto a isso", disse Sarmet.
Segundo ele, a interdição também prejudica o reforço do efetivo da PRF no local. Os agentes tentam negociar a liberação pelo menos parcial da pista, mas os manifestantes não aceitam. A BR-101 é a principal ligação entre os Estados do Rio e do Espírito Santo. Ninguém foi encontrado na prefeitura de Campos para comentar o envolvimento do caminhão do município no ato. No site da prefeitura, uma notícia apresenta o protesto como um movimento de "representantes da sociedade civil".
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