A Polícia Civil de São Paulo descobriu um plano para assassinar o deputado federal Carlos Willian (PTC-MG). Dois acusados foram identificados acertando o crime dentro de um shopping, na região metropolitana de São Paulo. Segundo a polícia, eles agiriam a mando de outro deputado federal, Mário de Oliveira (PSC-MG), que cobraria uma suposta dívida de R$ 800 mil de Willian. Mário de Oliveira ainda não foi encontrado para se pronunciar sobre o caso.
Odair da Silva, de 44 anos, suspeito de contratar o homem que mataria o parlamentar, foi preso e, em depoimento, disse que seguia as instruções do deputado do PSC. Ao fim do depoimento, ele foi liberado. O suposto matador, conhecido como Alemão, conseguiu fugir.
Polícia encaminha caso ao Supremo
A polícia pediu prisão temporária de Odair à Justiça de Osasco, mas, o pedido foi indeferido sob alegação de que, como há suspeitas sobre um deputado federal que tem direito a foro privilegiado - o caso deveria ir ao o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a polícia, o caso foi encaminhado ao Supremo, que, por sua vez, diz que ainda não há inquérito envolvendo os parlamentares mineiros. Ari Júnior, irmão de Carlos Willian, disse que o deputado está em Belo Horizonte, onde tem uma consulta médica agendada para esta segunda-feira.
Ao escapar da polícia, Alemão deixou para trás a foto de Willian, documentos, anotações com placas de carro. Seriam veículos utilizados por ele em suas viagens a Minas Gerais. De acordo com policiais de Osasco, as placas dos carros foram pesquisadas e podem ter ligações com o mandante do crime.
- Estou indignado. Não tenho dívida nenhuma de R$ 800 mil. Eu não percebi que poderia ser morto. E os homens estão soltos - desabafou Carlos Willian ao saber do plano.
Policiais investigavam homicídio
A polícia de Osasco investigava um homicídio local e monitorou os passos de Alemão até o Shopping Tamboré, em Barueri, na Grande São Paulo. Na segunda-feira passada, policiais prenderam o obreiro da Igreja Quadrangular Odair da Silva. Ele fora incumbido de contratar um matador de aluguel em São Paulo para executar o parlamentar em Belo Horizonte.
Alemão esteve várias vezes na capital mineira, mas não conseguiu concluir o plano. Para despesas com passagens aéreas e estada em hotéis, Alemão e Odair teriam recebido R$ 40 mil.
Odair contou à polícia que foi procurado por um rapaz ligado à Igreja Quadrangular em São Paulo, e que seria um assessor parlamentar na Assembléia Legislativa de São Paulo. Sabia que Odair teve problemas com drogas entre os 14 e 26 anos e por isso imaginou que ele pudesse encontrar um matador no submundo do tráfico para executar o deputado. O pagamento pelo crime: R$ 150 mil.
Odair disse à polícia que Alemão teria recebido metade do dinheiro. Além de querer cobrar a suposta dívida de R$ 800 mil, Mário de Oliveira teria ficado furioso com Willian por tê-lo complicado na Receita. Os dois deputados teriam sido amigos há 20 anos, de acordo com o preso.
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