O comandante da Polícia Militar de São Paulo, Elizeu Eclair, afirmou nesta quarta-feira que o efetivo será reforçado nesta noite e madrugada de quinta-feira para prevenir possíveis ataques de uma facção criminosa que atua em São Paulo. Segundo o coronel, o número de policiais que faz patrulha nas ruas deve triplicar. Só das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) serão 600 homens espalhados pela cidade. O reforço da segurança deve ser mantido até domingo.

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A razão é que em anos anteriores a polícia registrou ações criminosas coordenadas exatamente no dia 31 de agosto. Também foram registradas rebeliões simultâneas em presídios. Nesta data, na década de 90, a quadrilha que age no estado teria distribuído entre os detentos das unidades prisionais paulistas um documento pedindo adesão ao bando.

- Como tivemos problemas em anos anteriores, precisamos estar preparados - disse o coronel Eclair.

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Nesta quarta, a polícia distribuiu uma espécie de carta aberta à população, pedindo que não altere sua rotina nesta quinta-feira. Qualquer situação considerada suspeita deve ser denunciada através do telefone 181.

- Licenças prêmios e férias não foram suspensas. O que foi suspensa foi a burocracia. Todos os policiais estarão na operação - afirmou o coronel.

Ele disse ainda que nem todas as ações criminosas ocorridas na noite de terça e madrugada de quarta-feira em São Paulo podem ser relacionadas ao crime organizado.

- Considerei grave o que aconteceu na agencia bancária de Ribeirão Preto, que foi atingida por tiros. Na capital, os ataques não têm o 'modus operandi' da facção. Ela normalmente joga coquetéis molotov ou artefatos explosivos em agências bancárias. Nos dois casos registrados na noite passada, os bandidos entraram na agência para pôr fogo - disse.

Ele não descartou que isso possa acontecer novamente nos próximos dias.

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O delegado geral da Polícia Civil de São Paulo, Marco Antonio Desgualdo, confirmou que existe a suspeita de que novos ataques possam ocorrer nos próximos dias.

- Os panfletos apreendidos nesta semana na capital trazem notícias nesse sentido nas entrelinhas. É preciso ficar atento - afirmou Desgualdo que também confirmou um número maior de policiais civis em patrulhamento nos próximos dias.

Nesta quarta-feira, o Gabinete de Gestão Integrada de Segurança, que reúne governo federal, estadual e outras entidades, discutiu mudanças legislativas que possam facilitar a ação da polícia. De acordo com o secretário- adjunto de Segurança Pública, Marcelo Martins de Oliveira, nenhuma proposta foi apresentada. Elas devem ser elaboradas nas próximas reuniões, assim que foram colhidas as necessidades dos setores policiais.

O superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Geraldo José de Araújo, citou como medidas que poderiam compor este pacote de medidas o agravamento de pena por homicídio de agentes públicos de segurança e também para a formação de quadrilha ou bando. Outra medida possível, segundo ele, é tipificação como crime do porte de celular em presídio.

- É preciso facilitar a ação da polícia, dentro dos parâmetros legais - afirmou Marcelo Oliveira, que defende a liberação de mais informações sobre números de telefones e contas bancárias que possam ser usados por suspeitos.

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