Manifestantes protestam pedindo investigação do governador Sérgio Cabral em frente ao Ministério Público do Rio de Janeiro, no centro da cidade. A caminhada seguiu até a Assembléia Legislativa e ocupou a escadaria do prédio. Em seguida, grupo invadiu a Câmara de Vereadores| Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

A Polícia Militar desocupou na noite desta quarta-feira (31) o Palácio Pedro Ernesto, prédio da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, que havia sido invadido mais cedo por um grupo de 50 manifestantes. Após a expulsão, houve um grande tumulto do lado de fora do prédio, na Cinelândia, com os policiais militares perseguindo alguns manifestantes, que foram agredidos com cassetetes.

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Um grande contingente de policiais militares cerca o prédio para evitar que os manifestantes voltem a tentar invadir a Câmara de Vereadores. Mais cedo os manifestantes participaram de uma caminhada até a sede do Ministério Público, onde foram recebidos pelo procurador-geral de Justiça, Marfan Vieira, e posteriormente eles se dirigiram para a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e depois foram para a Câmara de Vereadores.

Invasão

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Os manifestantes entraram por um portão lateral que estava aberto no prédio. Barulho de vidros sendo quebrados era ouvido do lado de fora do prédio, onde ficou a maior parte dos manifestantes. Os policiais militares que observavam o protesto decidiram agir assim que o local foi invadido. Eles se posicionaram nas entradas do Palácio Pedro Ernesto e bloquearam o grupo que entrou na Câmara Municipal.

Cerca de 2.000 manifestantes se reuniram na tarde desta quarta-feira (31) na Cinelândia, na região central do Rio, seguiram em passeata até o Ministério Público Estadual, depois até a Assembleia Legislativa e finalmente à Câmara Municipal, também no Centro. Alguns manifestantes tentaram invadir a Casa, mas foram impedidos pelos policiais militares, que formaram um cordão de isolamento e, até as 21h30, não haviam recorrido a bombas nem balas de borracha.

Cerca de 50 ativistas conseguiram furar o bloqueio e entrar na Câmara, onde pretendem acampar. A maioria dos ativistas permanecia ao redor da Câmara. O grupo que está no interior da Casa exige a presença de advogados e de integrantes do grupo Mídia Ninja, que transmite as manifestações ao vivo pela internet.

O grupo protestava contra o Decreto Estadual 44.305/2013, que criou a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (CEIV). Trezentos policiais de três batalhões acompanharam o ato, e ruas da região foram interditadas. Um grupo de 40 pessoas mascaradas, integrantes do grupo Black Blocs, que defende a prática de atos de depredação, participava do ato.

O estudante Tiago Barreto, de 18 anos, foi detido pela PM quando segurava uma pedra. Segundo a polícia, ele fez menção de jogar a pedra contra os policiais. Tiago disse, por sua vez, que havia sido atingido pela pedra e por isso a pegou.

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O decreto do governador Sérgio Cabral (PMDB) foi criticado por juristas porque atribuiria à comissão o poder de quebrar o sigilo de pessoas investigadas por suspeita de envolvimento em atos de vandalismo. Só a Justiça pode autorizar essa quebra de sigilo, defendem os críticos.