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O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do Governo no Senado; o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD); e o ex-ministro da Previdência Social Carlos Eduardo Gabas estão entre os alvos de arapongas presos nesta segunda-feira (26) pela Operação Durkheim missão da Polícia Federal que mobilizou 400 agentes e delegados para cumprimento de 27 prisões e 87 mandados de buscas. Relatório de 2.194 páginas da Inteligência da PF mostra o alcance da rede de espionagem analisando e-mails da organização criminosa que contêm cópias de declarações de Braga, exercício 2012, e de Gabas (2011), além de extratos telefônicos com histórico de chamadas de Kassab nos meses de maio e junho.

A PF identificou 180 vítimas dos arapongas que adquiriam informações protegidas pelo sigilo em órgãos públicos e operadoras de telefonia e revendiam a empresários e escritórios de advocacia. Também foram alvo da arapongagem os desembargadores Luiz Fernando Salles Rossi, do Tribunal de Justiça de São Paulo, e Júlio Roberto Siqueira Cardoso (TJ-MS) - em poder da quadrilha, a PF achou cópias da declaração de IR de Rossi e de contas telefônicas de Cardoso.

O líder da trama da espionagem, informa a PF no inquérito 004/2011, chama-se Itamar Ferreira Damião, de 54 anos, mineiro de Canaã, eleito em outubro vice-prefeito de Nazaré Paulista (SP) pelo PSC. Veterano araponga de São Paulo, especialista em bisbilhotagem, ele atende pelo apelido de Pequeno. Tem patrimônio declarado de R$ 3,35 milhões.

Dirigente da FPF nega envolvimento com grupo

O presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, indiciado nesta segunda-feira pela Polícia Federal por suposto envolvimento com integrantes de organizações criminosas, disse que contratou empresa "prestadora de serviços" para obter informações "mais detalhadas acerca da vida pretérita" de uma pessoa - da qual não revela o nome - "em face da necessidade de formalizar situação jurídica de caráter eminentemente pessoal com terceira pessoa".

Del Nero afirma que essa pessoa "nada tem a ver com suas atividades de direção da Federação Paulista de Futebol" e que tudo foi feito "dentro da mais estrita legalidade, inclusive apresentando certidões e informes a todos disponíveis nos registros públicos". Ele sustenta que localizou a empresa na internet, "em publicidade comercial".

O dirigente afirma que posteriormente dispensou um serviço oferecido pela empresa que lhe causou "estranheza" - um relatório sobre "mensagens escritas enviadas a terceiros" pela pessoa que não nomina.

"Diante de um relatório de investigação que estaria a conter alusão a supostos diálogos captados, dispensei tais serviços".

Del Nero afirma que os fatos citados na Operação Durkheim "nenhuma ligação têm com o futebol, paulista ou nacional, com qualquer delito financeiro a mim imputável ou com minhas atividades de advogado".

Ele diz ter comparecido à PF "espontânea e imediatamente". Na nota enviada à imprensa, Del Nero afirma que esclareceu as suspeitas que pesam contra ele.

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