empreiteiro em liberdade
O presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, deve deixar a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, na segunda-feira (30), e passar a cumprir prisão domiciliar sob monitoramento, usando uma tornozeleira eletrônica. O juiz federal Sérgio Moro marcou a audiência para homologar o acordo de delação premiada de Avancini, segundo quem a empreiteira pagou cerca de R$ 100 milhões em propina para obter contratos de obras na usina de Belo Monte. Nos depoimentos, ele afirmou que o valor foi dividido entre PT e PMDB, com cada um dos partidos ficando com 1% do valor dos contratos.
O presidente da Galvão Engenharia, Dário de Queiroz Galvão Filho, foi preso preventivamente nesta sexta-feira (27) pela Polícia Federal em São Paulo. A prisão foi motivada pelas investigações da Operação Lava Jato, que apontaram que Dário Galvão era o mandante do esquema dentro da Galvão Engenharia.
O diretor-presidente e membro do conselho de administração do Grupo Galvão foi preso em sua casa, em São Paulo, na qual a PF também cumpriu mandado de busca e apreensão. Ele é o segundo executivo do grupo a ir para a prisão na Lava Jato. Já está preso desde novembro Erton Fonseca, diretor-presidente da Galvão Engenharia. Fonseca foi transferido na segunda-feira (23) para o Complexo Médico Penal, em Pinhais.
Operador foi preso por tentar ocultar provas
Além da ocultação de provas, Guilherme Esteves tentou realizar um saque em espécie de R$ 300 mil um dia depois de ser alvo de um mandado de condução coercitiva na nona fase da Operação
- Kelli Kadanus
O operador Guilherme Esteves também foi preso nesta sexta-feira (27), no Rio. Ele é apontado como operador do esquema que distribuía propinas a dirigentes da Petrobras e políticos em troca de contratos da petroleira. Ele operava o esquema junto ao estaleiro Jurong, no Espírito Santo.
Esteves já estava envolvido na nona fase da operação, quando foi alvo de um mandado de condução coercitiva. O motivo da prisão desta sexta, de acordo com o despacho do juiz federal Sérgio Moro, foi a tentativa de ocultar provas durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua casa.
“Enquanto a PF aguardava para ingressar na residência de Guilherme, já que supostamente estariam recolhendo os cachorros, a esposa deste deixou o local pelas portas dos fundos com um grande pacote em suas mãos”, diz o despacho. “Ficou claro que houve evidente a intenção de sonegar provas que poderiam ser apreendidas no curso da execução do mandado de busca e apreensão .”
Além de tentar ocultar provas, Esteves tentou realizar um saque de R$ 300 mil em espécie no dia seguinte no banco HSBC, no Rio. Ele foi citado como operador do esquema pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco em seus depoimentos em regime de delação premiada.
Propina
De acordo com Moro, os pagamentos das propinais por contratos de sondas de perfuração somariam US$ 8,2 milhões e teriam sido feitos por meio de transferências no exterior da conta em nome da off-shore Opdale Industries, controlada por Esteves, para contas controladas por Pedro Barusco (offshore Natiras) Renato Duque (off-shore Drenos), João Ferraz (off-shore Firasa) e para Eduardo Musa (conta não identificada).
De acordo com depoimentos de Barusco, a Petrobras lançou licitação para a construção de 21 sondas para exploração do pré-sal no Brasil. A SeteBrasil ganhou a licitação e negociou 21 contratos de construção dessas sondas com vários estaleiros, sendo seis sondas negociadas com o estaleiro Jurong, do qual Esteves era operador.
Dário de Queiroz Galvão Filho é réu em uma das ações penais que resultaram da deflagração da sétima fase da Operação Lava Jato, em novembro do ano passado. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ser o responsável pelas deliberações internas da empresa acerca da participação no cartel, pelo oferecimento de propina a Paulo Roberto Costa e a outros empregados da Petrobras, e pelas operações de branqueamento de valores.
Além disso, Galvão foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef como uma das pessoas com quem o núcleo de operadores mantinha contato para operacionalizar os repasses de propina.
De acordo com o despacho do juiz federal Sérgio Moro, que determinou a prisão preventiva do executivo, Dário Galvão era mais responsável pelo esquema dentro da empresa do que Erton Fonseca, que já está preso. “A medida se justifica diante dos indícios supervenientes de que era Dário Galvão, como mandante, o principal responsável pelos crimes no âmbito da Galvão Engenharia”, diz um trecho da decisão.
Além disso, Moro sustentou a prisão baseado na tentativa de evitar que o executivo continuasse cometendo crimes. “O apelo à ordem pública, para prevenir novos crimes de lavagem, para prevenir que o produto do crime seja cada vez mais ocultado pelo investigado ou ainda em decorrência de gravidade em concreta dos crimes praticados, justifica a preventiva”, avaliou Moro.
Segunda prisão
Além de Dário Galvão, foi preso também nesta sexta-feira (27) o operador Guilherme Esteves, que atuava no estaleiro Jurong. Os dois foram transferidos para a carceragem da Polícia Federal de Curitiba no final da tarde e devem permanecer presos por tempo indeterminado.
A Galvão Engenharia é uma das 16 empreiteiras alvo da investigação sobre propinas, corrupção e carteirização na Petrobras. Executivos de seis delas já são réus em ações penais que tramitam na Justiça Federal de Curitiba: Engevix, OAS, Galvão Engenharia, UTC, Camargo Corrêa e Mendes Junior.
Ao todo, 11 executivos das empresas estão presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e no Complexo Médico Penal, em Pinhais. Outro executivo, Eduardo Leite, da Camargo Corrêa, está cumprindo prisão domiciliar depois de firmar acordo de delação premiada com o MPF.
NOVAS PRISÕES
Saiba quem são as duas pessoas presas em decorrência das investigações da Operação Lava Jato:
Dário de Queiroz Galvão Filho
Quem é
Presidente da Galvão Engenharia.
Motivo da prisão
Apontado como mandante, principal responsável pelos crimes no âmbito da Galvão Engenharia. Já é réu em uma ação penal na Justiça, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ser uma das pessoas com quem o núcleo de operadores mantinha contato para operacionalizar os repasses de propina.
Guilherme Esteves
Quem é
Operador no estaleiro Jurong, no Espírito Santo.
Motivo da prisão
Ocultação de provas. “Enquanto a Polícia Federal aguardava para ingressar na residência de Guilherme, já que supostamente estariam recolhendo, para tanto, os cachorros, a esposa deste, Lilia Loureiro Esteves de Jesus deixou o local pelas portas dos fundos com um grande pacote em suas mãos”, diz em despacho o juiz federal Sérgio Moro.
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