A polícia encontrou panfletos indicando que o ex-policial militar Anderson de Souza - apontado como autor dos tiros que mataram o milionário Renné Senna e preso nesta sexta-feira após apresentar-se na Delegacia de Homicídios - é o chefe da milícia que controla uma favela, na Ilha do Governador, segundo reportagem publicada no jornal "Extra" deste sábado. O material foi encontrado na casa do ex-PM, que também trabalhou como segurança do milionário e da viúva Adriana Almeida, com quem teria tido um caso. Anderson também é suspeito de assassinato do PM Davi Vilhena, que era homem de confiança de Renné e descobriu um plano pra seqüestrar o milionário. Ele foi assassinado no dia 4 de setembro do ano passado, na Ilha.

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A Delegacia de Homicídios está investigando a informação de que Anderson e o policial militar Ronaldo Amaral de Oliveira, o China, que também era ex-segurança de Renné, sejam de uma milícia que age na Favela do Barbante, na Ilha. Na casa do ex-PM, a polícia apreendeu panfletos de uma cooperativa de vigilância. O documento oferecia segurança para moradores em troca de uma taxa mensal de R$30. De acordo como o documento, os contatos para contratação do serviço de segurança poderiam ser feitos por meio do ex-PM Anderson de Souza. Um telefone fixo e um celular foram disponibilizados nos panfletos para os possíveis interessados.

Os panfletos informam ainda que a cooperativa já presta serviços de segurança em algumas ruas da Ilha como a Estrada do Galeão. A mesma via dá acesso a Estrada das Canárias, onde o PM Davi Vilhena foi assassinado. Nesta sexta-feira, Anderson negou estar envolvido nos dois casos investigados pela DH.

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Duas mortes e documento falso

Anderson foi apontado em um Disque-Denúncia (2253-1177) como sendo o responsável pelos disparos que mataram Renné. Ele se entregou à polícia, na Delegacia de Homicídios (DH) no Centro do Rio, e acabou preso por uso de documento falso. A polícia continua caçando outros dois suspeitos de participar da morte do ganhador da Mega-Sena, que ainda estão foragidos. Uma delas é a melhor amiga de Adriana e mulher de Anderson, a professora de Educação Física Janaína da Silva de Oliveira. Ela está com a prisão decretada e continua foragida. O outro foragido é o ex-segurança e informante da polícia (X-9) Ednei Gonçalves Pereira.

De acordo com o delegado Roberto Cardoso, que investiga os dois casos, Anderson se identificou como perito judicial e estava acompanhado do advogado Júlio Braga, responsável por sua defesa. Desconfiados, os policiais checaram a carteira apresentada pelo ex-PM e descobriram que o documento era falso. O crime prevê uma pena de até quatro anos de prisão. Outros dois ex-seguranças de Renné, que são policiais militares, foram presos quinta-feira. Suspeitos de participar do crime, os militares estão à disposição da Justiça no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica.

Justiça nega hábeas-corpus para viúva