A polícia investiga a participação de mais duas pessoas no assalto que acabou resultando na morte do menino João Hélio Fernandes Vieites, de seis anos, que ficou preso no cinto de segurança de um carro roubado e foi arrastado por sete quarteirões pelos bandidos. Há suspeitas da participação de um homem que teria levado os bandidos para o local do assalto, em Osvaldo Cruz, e do irmão do menor de idade envolvido no crime.

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O irmão do menor, que já está detido, chegou a ser preso nesta quinta-feira, mas por falta de provas ele foi liberado. Nesta sexta-feira, o rapaz teria sido reconhecido por testemunhas, e pode ser preso novamente.

O delegado responsável pelo inquérito descartou a versão dada por um dos acusados de que não sabia que a criança estava presa ao veículo e estava sendo arrastada. O delegado titular da 30ª DP (Rocha Miranda), Hércules Pires do Nascimento disse ainda que os dois suspeitos presos não estavam sob efeito de drogas. A polícia abrirá um outro inquérito para apurar se os dois presos fazem parte de quadrilha de roubo de carros.

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Presa pelo cinto de segurança, a criança foi arrastada, pendurada do lado de fora do carro, pelas ruas de quatro bairros da Zona Norte, na noite desta quarta-feira.

O pai de um dos presos, o menor de 16 anos, disse que se sentia "como se fosse o pai da criança que faleceu". Nilson Nonato da Silva contou que está revoltado com o assassinato e que seu filho nasceu em berço evangélico. Na noite do crime, ao chegar em casa, ele viu o filho e lhe serviu o jantar. Depois, o assaltante maior de idade chegou e os dois criminosos foram a uma festa de rua promovida pela Igreja São Braz.

- Cheguei em casa às 22h e ele estava lá. Estou muito triste em saber que foi o meu filho e ouvir isso dos lábios dele. Ele nasceu em berço evangélico. Há 17 anos a família toda é evangélica; ele tem 16. Sempre ensinei a palavra do Senhor. Voltei a estudar para que ele também não largasse a escola. Eu estou na sétima série e ele, na sexta, no Colégio Estadual Republicano - revelou Nilson.

O pai do menor acusado contou ainda que sabia que o filho não tinha boas amizades, mas ele e a mulher jamais imaginaram que ele se envolveria em um crime:

- Até agora a mãe pensa que ele é inocente. Trabalho como pedreiro e vigilante. Estou sem carteira assinada. Temos cinco filhos, ele é o do meio. Não conhecia o Diego. Ele dormiu umas quatro vezes lá em casa, mas eu não queria. Quando eu saía cedo para trabalhar, ele vinha junto. Não permitia que ele ficasse em casa com minha mulher e filhas.

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Casa da família de suspeito apedrejadaO pai de outro acusado do crime, Diego, ajudou a polícia a prendê-lo. Uma denúncia passada ao batalhão pela manhã levou os policiais à Rua Bornel, número 238, onde foi encontrado o pai do jovem e a madrasta dele. Eles foram levados à delegacia e o pai cedeu aos policiais uma foto do filho, com quem não tinha um bom relacionamento.

- O pai estava muito nervoso e abatido. Quando a gente chegou, desabou a chorar - disse um policial militar que esteve na casa.

Durante a tarde, uma ligação de Diego para o celular de um amigo solucionou o caso. Indignado com a atitude dele, o amigo ligou para o batalhão e passou aos policiais o número do telefone fixo usado por Diego. Os PMs, então, descobriram o endereço e foram para o Morro São José da Pedra, em Madureira. Com a foto dele em mãos, os policiais reconheceram Diego sentado junto a dois amigos numa escada no alto da favela, numa localidade conhecida como Beco da Vovó.

- Perguntamos se ele era o Diego e ele disse que sim. Perguntamos se ele morava em Cascadura; ele disse que sim. Anunciamos a prisão e ele se desesperou - revelou um dos policiais.

Nesta sexta-feira, a família de Diego teve a casa apedrejada. Segundo o pai do bandido, Reginaldo, a família não consegue sair de casa por causa de ameaças.

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- Eu sempre conversei com o meu filho, dei conselhos, nunca admiti nada errado. Minha família nunca passou por isso e só peço que respeitem a minha dor e a da família da criança falecida. Ameaçar a minha família não é justo. O que eu poderia fazer, fiz. Ajudei a polícia e não me arrependo disso. Não tenho muito o que falar. Meu filho é que fez isso de errado - disse, emocionado.