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A Polícia Civil de Apucarana, no Norte do Paraná, investiga um suposto esquema de desvio da merenda escolar, que resultou na prisão em flagrante de quatro pessoas, na última sexta-feira (1º).

De acordo com o delegado-chefe da cidade, Valdir Abraão, a suposta fraude veio à tona quando um funcionário municipal responsável pelo setor de conferência da merenda percebeu uma contradição entre a mercadoria entregue por uma empresa de Maringá e a descrição dos produtos na nota fiscal, assinada por uma servidora da Secretaria de Educação. "Ele encaminhou uma cópia da nota fiscal à Secretaria de Governo, que acionou a Procuradoria Geral do município. Eles avisaram a polícia, que prendeu duas servidoras da secretaria, o motorista e o ajudante do caminhão de entrega."

O delegado informou que, segundo depoimentos colhidos pela Polícia Civil, o esquema seria uma "praxe no setor". "Estamos fazendo a identificação, ouvindo testemunhas, mas há indícios de que superiores das duas funcionárias teriam autorizado o recebimento de mercadoria faltante."

O procurador geral do município de Apucarana, Paulo Sérgio Vital, explicou que apenas R$ 19,7 mil de um total de R$ 49,8 mil em mercadorias previstas no contrato foram entregues. "Mesmo assim, a nutricionista [da Secretaria Municipal de Educação] declarou que a nota estava cheia. Ela atestou na nota fiscal que todos os produtos foram entregues." Vital também refutou o argumento das servidoras de que a entrega seria feita de maneira fracionada, por falta de espaço no estoque da prefeitura. "Isso aí não procede, ela declarou ter recebido tudo."

Os quatro suspeitos foram presos algumas horas após a entrega. "O Código Penal prevê flagrante em várias situações, para quem comete um crime ou acabou de cometer um crime", explicou o delegado. Os presos foram ouvidos e liberados no sábado, mediante alvará judicial. O inquérito tem um prazo de 30 dias para ser concluído, sendo prorrogável por mais 30 dias.

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