A polícia já tem um suspeito de ter aplicado silicone industrial em uma dançarina de Juiz de Fora (MG), que morreu no dia 2 de junho após o uso do produto. Um travesti, que também teve o material injetado no corpo, está internado desde o dia 21 de maio em um hospital municipal.
Assim que a identidade do suspeito for confirmada, a delegada responsável pelo caso, Sônia Parma, pretende pedir a prisão preventiva e indiciá-lo por homicídio e lesão corporal grave.
"Temos que tentar parar a pessoa, para que não haja mais vítimas", afirmou Sônia. "No mundo em que vivemos, com as informações que temos, ninguém pode alegar ignorância nem desconhecimento da lei. A pessoa que aplica sabe que isso faz mal", afirmou.
Apesar de a dançarina e o travesti terem autorizado a aplicação do silicone industrial, a responsabilidade de quem utilizou o produto, que é proibido para uso médico e estético no Brasil, não diminui, segundo a polícia. "Provavelmente, o suspeito já atuou em outros estados também", disse a delegada.
O material retirado do corpo da dançarina está passando por uma análise para que a polícia tenha certeza de que se trata mesmo de silicone industrial. "Vítimas alegam ser silicone líquido, mas ninguém tem certeza", disse Sônia. "Temos que ver se as pessoas tiveram o cuidado com a assepsia. Até porque a menina morreu de infecção generalizada", disse.
Outros casosAlém da dançarina e do travesti, há outros três casos semelhantes em Juiz de Fora (BH). Segundo o médico Marilho Tadeu Dornelas, cirurgião plástico do Hospital Universitário da cidade, três mulheres serão operadas em breve para retirar silicone industrial do corpo.
De acordo com Dornelas, duas delas aplicaram silicone nos seios e estão com siliconoma, pequenos tumores não-malignos. A terceira mulher colocou silicone líquido na pálpebra, porém o produto escorreu e ela ficou com a aparência deformada.
"Independentemente do caso, o uso de silicone líquido sempre vai causar problemas", disse. De acordo com o médico, em alguns casos, a reação é imediata e a pessoa morre em pouco tempo. Em outros, as pessoas convivem com as seqüelas pelo resto da vida.
Para modelar o corpo, o cirurgião plástico aconselha o uso de próteses específicas. "O silicone para uso médico é diferente, é esterilizado, com conteúdo sólido", explicou.
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